VOLTANDO AO BATENTE
Sacudindo as cinzas nessa quinta-feira gorda, ensaiamos a
penosa volta para o trabalho.
Mesmo aqueles que não se esbaldaram no reinado de Momo,
sentem ainda na boca o gosto amargo de uma leve ressaca, pois impossível, que
vendo TV e coçando o saco, não tenham compartilhado com as esposas e
companheiras uma prazerosa manguaça.
O país vai voltando a normalidade, embora comece a funcionar
pra valer a partir de segunda, pois ainda há muitos blocos nas ruas e o
brasileiro que não é de ferro, principalmente do Rio para cima, não perde a
sagrada oportunidade e emendar o feriadão.
Outra grande notícia é que sábado, finalmente termina o
maldito horário de verão.
Dona Dilma e companhia já rascunham as mentiras que irão
contar a plebe, sobre os bilhões de quilovates/hora economizados.
Dessa vez, depois de tantos vexames, de ter jurado baixar o
valor da conta e que jamais existiria o risco de faltar energia, duvido que o
povão acredite.
O carnaval no Rio foi um sucesso.
A passarela do samba virou palco exclusivo de artistas
globais e de pirotecnia importada, dependente de muita grana e patrocínios
duvidosos.
A grande vencedora, Beija Flor, financiada por um regime
ditatorial sanguinário, cantou os encantos da Guiné Equatorial, onde o povo
vive numa miséria desgraçada.
Embalada pela vitória, talvez no próximo ano, aceite
patrocínio para cantar as maravilhas da Coréia do Norte.
O Carnaval carioca perdeu sua beleza e naturalidade,
excluindo os pobres da participação nos desfiles.
Qualquer fantasia custa uma nota preta.
Até o samba já não é o mesmo, pois seu ritmo acelerado para
cumprir o tempo do desfile, acelera os passistas, prejudicando a cantoria, a
audição e o entendimento dos sambas enredo, que por sinal, andam bem
fraquinhos.
Daqui há duas semanas, nem mesmo o pessoal das escolas,
lembram suas fracas letras e triste melodia.
Chega de conversa fiada, vamos voltar ao batente.
Não levem essa ultima frase a sério, pois vou continuar
fazendo nada.
José Roberto- 19/02/15
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