CONFISSÕES DE UM FUTUCADO
Aproveitei o feriado meia boca decretado ontem por nosso
prefeitinho babaquinha, para refazer os ânimos.
Passei o dia todo sentado sobre dois travesseiros,
refrescando o fiofó, depois de ter enfrentado com galhardia e cagaço, o terrível
Dr. Kededo.
Justamente num dia 24, data cabalística coincidindo com São
João, tive que topar cara a cara, ou melhor cara/fiofó, com um esculápio, que
não pode ser uma pessoa normal, pois especializar-se em espionar o rabicó
alheio, denota inquestionavelmente algum desvio de personalidade.
Se a pessoa tiver tendências para examinar “buracos negros”,
que estude astronomia, pois dizem que no espaço sideral, buracos é que não
faltam.
Deixando de enrolação e entrando na dolorosa descrição dos
fatos, tenho a declarar, que após uma dura caminhada de aproximadamente seis
quadras, adentrei com as pernas bambas, no “covil do lobo”.
Cheguei com 15 minutos de antecedência, sendo atendido pela
mesma secretaria atrapalhada que havia postergado minha consulta, conforme já
relatado neste blog.
A sala, alem de gelada cheirava a mofo.
Com relutância, me acomodei num velho sofá de veludo marrom
cocô, cor indicada para esconder a sujeira, refúgio perfeito para colônias de
ácaros de todas as espécies.
Se fosse alérgico, alem de sofrer pela traseira, sairia
também com o nazal baleado.
Enquanto aguardava o “Satânico Dr. No”, chegou outro
cliente, um gordinho alegre, bem arrumado, saltitante e transbordando
felicidade.
Defrontando-se com meu olhar raivoso e sofredor, não ousou
dirigir-me sequer um cumprimento, que obviamente, teria acolhida desfavorável.
De repente, vejo uma mão sinistra abrindo a porta, e Dr.
Kededo em pessoa pede para que adentre ao recinto,atraindo-me ao frio cubículo
de tortura.
Tentando desanuviar o ambiente, dá uma olhada geral nos
exames, afirmando que para a idade, estou clinicamente em ótimas condições,
todavia terá que fazer o toque retal, para verificar a elasticidade da próstata
e a eventual existência de pontos rígidos, que não aparecem na ultrasonografia.
A velha e esfarrapada desculpa para nos sodomizar.
Ordena, que tire a calça e a cueca, pois pensei que uma
baixadinha resolveria, ledo engano, o sádico Dr. queria ver o panorama
completo.
É humilhante deitar na mesa de parto, abrir as pernas, presenciar
Kekedo enfiar uma luva no imenso “pai de todos”, dedo que a cada ano, tenho
certeza que aumenta uns 5 centímetros.
O sacana, com um esgar nos lábios, passa uma graxa branca no
imenso dedo enluvado, pede para que eu segure minhas partes íntimas puxando-as
para cima, para tornar o ato ainda mais lúgubre e insano e finalmente solta a
palavra mágica: Relaxe!
Relaxe a puta que pariu!!!
Essa maldita palavra produz exatamente o efeito contrário,
tornando meu ventre rígido como pedra, lacrando definitivamente o “buraco da
bala”.
Fecho os olhos pressentindo a espetada terrível, que
desfechada, explode meu cérebro em dores e cores alucinantes, visões piores que
a pior das enxaquecas.
Futuca daqui, futuca dali, diz que norte está ok, idem a
sul, idem a leste, idem a oeste, e finalmente a estocada final, encerrando o
ritual macabro, sádico e aterrorizante.
Findo o martírio, as sofridas pregas anais se realinham, sob
orientação da “prega rainha”, a mãe de todas as pregas, não entendo essa
agressão extemporânea, num fiofó que sempre teve mão única, de dentro para
fora.
A cada ano sinto que as coisas pioram, a dor dessa
exploração despudorada aumenta.
Não sei se pelo fato de coincidir com São João, dessa vez
tive a sensação que um foguete estourou em minhas entranhas, saindo até fumaça
por todos os meus poros.
Regressei a duras penas, manquitolando da perna esquerda,
com um terrível dor nos quartos e a desagradável sensação de ter “cagado nas
calças”.
Seis quarteirões que pareceram seis quilômetros.
Ficar velho é foda e alguns cretinos ainda chamam isso de
“melhor idade”.
Juro que 2015 passo em branco, juntando forças para o ano
das Olimpíadas.
“Oh! que saudade que eu tenho, da aurora da minha vida, da
minha infância querida, que os tempos não trazem mais”.
José Roberto- 16/06/14
ZÉ
ResponderExcluirTenho minhas dúvidas, se quem escreve com riqueza de detalhes não vai querer uma segunda ou terceira opinião.
HUMMMMMMMMM
Zé
ResponderExcluirTô com você e não abro!
Esse exame anual(com duplo sentido) é realmente um martírio, para nós que já passamos dos cinquenta, sessenta...
Todavia, ainda é obrigatório.
Zé você esqueceu de relatar o sorrisinho sádico da secretária atrapalhada quando você saiu da sala...kkkkkkk
ResponderExcluirForça meu amigo!!! kkkk
Gigi, quando fiz esse mesmo exame, estava de quatro num sofá e constatei que as duas mãos do médico estavam em meus ombros e, não obstante, o procedimento estava em andamento...kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Brincadeiras à parte, é mesmo algo desagradável e constrangedor, principalmente o "olho no olho" da secretária...
ResponderExcluirLuizinho.
CAROS AMIGOS. O PRÓXIMO SACRÍFÍCIO IREI MASCARADO, VESTIDO DE BLACK BLOCK PARA EVITAR A VERGONHA.
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