O LOBO MAU

O LOBO MAU

Lobão é o “enfant terrible” da musica nacional.

O velho roqueiro não tem papas na língua, fala e escreve o que pensa sem medir conseqüências, desbancando medalhões, expondo a realidade nua e crua do meio artístico, repleta de puxa-sacos e interesseiros.

Em seu novo livro que ainda não li, mas vou ler, esculhamba a classe e admite ter sido um imbecil, por ter acreditado na pureza das intenções do antigo PT, que no poder, transmutou-se num antro de corruptos.

Artista brasileiro, obviamente com exceções, chega a ser pior que político(esse  sabemos que não vale nada), pois disfarçado de arauto da cultura, quer na realidade levar vantagem, mamar nos patrocínios estatais sem o menor pudor.

A Lei Rouanet e os patrocínios, foram totalmente desvirtuados, pois em tese, seriam estímulos para os artistas em início de carreira, ainda desconhecidos do grande público.

Na prática, o artista novato não consegue verba nem para comprar papel higiênico, ao contrário dos famosos, que até para os projetos mais estapafúrdios, conseguem liberação de grana através de incentivos fiscais previstos na Lei, caso típico de Maria Betânia, que obteve uns 2 milhões, para declamar poesias numa radio baiana.

Ancelmo Góis, em sua coluna diária, acompanha essas liberações e incentivos(que são muitas),  numa forma de crítica velada a esse distorcido sistema, realçando os casos mais gritantes.

Assista um show de Roberto Carlos, Chico Buarque e de outros expoentes da nossa musica popular. Antes do espetáculo, no telão, os agradecimentos para a Caixa, Petrobrás, Eletrobrás e Furnas.

Será que esses artistas famosos, que cobram uma grana pelos ingressos, necessitam realmente de patrocínio chapa branca?

Esses “caras espertos” provam que gostam de trabalhar com 200% de certeza.

Não interessa a origem da grana, o importante é vá para seus bolsos, com fartura.

Pelo que consta, em seu novo livro, Lobão destaca a velhacaria disfarçada, desses oportunistas, que ao sentir a possibilidade de qualquer alteração do “status quo” se mandam em bloco para Brasília, urrando bordões, que a cultura do país está sendo ameaçada.

Expondo a realidade dos fatos, com coragem e honestidade, Lobão se mete num covil de “hienas”, porem pelo que já demonstrou, não teme esses sorridentes devoradores de carniça e fezes.

Estou com Lobão e não abro.

Estou ansioso para ler o livro, antecipadamente,  já gostei!

A propósito, o livro tem um título sugestivo: “Manifesto do Nada, na Terra do Nunca”.

José Roberto- 14/05/13