LEMBRANÇAS DO DIA DAS MÃES
“Ser mãe, é padecer no paraíso”.
Começo o texto com essa conhecida e antiga frase, hoje em
total desuso.
Pode parecer pieguice, brega, démodé, porem não tenho
vergonha de recorrer a esse expediente típico de minha carência literária, pois
desde que iniciei o blog, jamais deixei passar em branco essa data tão
importante.
Data de apelo comercial, inventada pelas industrias,
preocupadas em incrementar suas vendas, e daí?
As campanhas maciças na mídia, destacando milhares de
quinquilharias como opções de presentes, forçam de maneira direta, até os mais
insensíveis, a desviarem seus pensamentos para aquela que nos trouxe ao mundo.
Felizes aqueles que ainda podem curtir o colo e beijar o
rosto enrugado de suas amadas mães.
Para muitos, resta o consolo das lembranças e recordações.
Durante a semana, lembrei de forma recorrente, um antigo dia
das mães.
Com meus dez para onze anos, cursava a primeira série
ginasial.
A família passava por um período de vacas magras, com a
grana curta, reservada para as necessidades principais.
Não tendo opção, resolvi presentear minha mãe com um poema,
escrito numa folha de caderno, com minha letra mais caprichada, que por sinal
sempre foi bem feia.
Recordo da felicidade estampada em seu rosto, ao ler as “minhas
mal traçadas linhas”, e do beijo e abraço apertado que recebi na ocasião.
Minha mãe guardou “para sempre” essa minha obra de arte,
numa pequena caixa, que ficava enfurnada na gaveta da cômoda, ao lado de sua
cama.
De tempos em tempos, sempre por volta dessa data, minha mãe
recordava a minha temerária incursão no reino da poesia, estampando no rosto o
mesmo sorriso e orgulho de antigamente.
O poema permanecia “arquivado” no local de sempre, ao lado
da cama, dentro de seu coração.
Jamais tive a coragem de reler o que escrevi, mesmo nas
inúmeras ocasiões em que minha mãe tocou no assunto. Sem dúvida, fiz o melhor
que pude. As rimas pobres transpiravam toda minha emoção e amor.
Depois que casei, com mulher e filhos, essa passagem ficou
meio esquecida.
Agora, que ela já se foi há quase um ano, velando por mim lá
de cima, ao lado de Tonico, meu pai e braço direito de São Pedro, relembrando
não sei se por acaso, me pergunto por onde andará meu celebre poema?
Com certeza, deve ter sido descartado com outros papeis
inúteis na hora da limpeza e na destinação dos despojos.
Talvez hoje, pudesse escrever um poema melhor, com palavras
mais rebuscadas e dissonantes.
O melhor e não revolver as cinzas, pois sei que os versos
singelos escritos na infância permanecem vivos na memória eterna de minha mãe.
Abençoe o filho que insiste em continuar escrevendo “essas
mal traçadas linhas”.
Bença mãe!
José Roberto- 10/05/13
Apesar do apelo comeercial é uma data que não pode mesmo passar em branco.
ResponderExcluirÉ sempre bom ler uma crônica singela, mesmo que cafona, pois o amor de mãe é um sentimento inigualável, lindo,unico.
O amor de mãe é inesquecível. Como você bem colocou, felizes são aqueles que ainda podem abraçar suas mães, que é nosso melhor presente para elas. Minha mãe sempre aguardava minhas visitas. Anos e anos viajei para vê-la e abraçá-la. Agora o dia das mães é o dia das boas recordações. Um abraço do fundo do coração para todas as mães.
ResponderExcluirVanderlei
Faço minhas as palavras do grande amigo Vandeco, acima. As 3 mães, sem dúvida, estão juntas na glória da eternidade!
ResponderExcluirLuizinho.
Vc quiz mesmo é me fazer chorar ... Abçs André
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