LOBÃO E A COMISSÃO DA INVERDADE
Ganhei de presente da minha caçula, o livro do Lobão,
“Manifesto do Nada na Terra do Nunca, sobre o qual mesmo sem ler, já havia
tecido alguns comentários, dado o rebuliço que causou desde seu lançamento.
Devorei rapidamente o livro que estava lendo, um policial do
ótimo escritor dinamarquês , Jô Nesbo, para me debruçar sobre as “mal traçadas
linhas” do encardido Lobão.
Sentado no trono, local de grandes reflexões enquanto me
espremo(sempre me lembro da frase que li num banheiro do aeroporto, “aqui, os
fortes gemem”), entre ontem e hoje passei da metade, inclusive do capítulo em
que aborda com muito propósito e lucidez, a criação e atuação dessa malfadada
“Comissão da Verdade”.
Lobão critica de forma contundente Dona Dilma, pela infeliz
idéia de prestigiar e autorizar o funcionamento dessa Comissão, caracterizada
pelo espírito revanchista, pois somente analisará um dos lados da moeda,
tentando reescrever a história sob o ranço vermelho petista.
Deixa claro, que esses que estão por aí mamando no governo e
desfrutando do poder, que pertenceram a grupos armados tentando derrubar ou
enfraquecer os militares, não estavam a fim de implantar uma democracia, mas
sim um socialismo utópico violento, nos moldes de Cuba e outros paises da antiga
Cortina de Ferro.
O fato desses comunistas pegarem em armas, forçou o
endurecimento do regime, que obviamente extrapolou no uso da força para conter
os rebeldes, levando de roldão inocentes e desafetos.
Reforça a tese obvia, de que os revoltosos também cometeram
muitos crimes, matando inocentes, assaltando bancos, raptando autoridades
estrangeiras, fuzilando companheiros que queriam pedir “arrego”, enfim,
cometendo um elenco respeitável de atrocidades, das quais foram isentados de
culpa, graças a Lei de Anistia.
O absurdo, é que essa Comissão cretina tenta novamente rever
a Lei da Anistia, apenas do ângulo que lhes é favorável, tentando abrir uma
janela possibilitando punir torturadores e autoridades, que os caçaram como
subversivos durante os anos de chumbo(na linguagem desses vermelhos
oportunistas, pois para mim, foram anos produtivos).
Ainda bem que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
um dos poucos lúcidos desse governo de tantos e tantos ministérios, colocou uma
pá de cal nessa proposta imbecil, inoportuna e intempestiva.
Se esses vagabundos da Comissão querem provocar os militares
e outras pessoas de bem, que apoiaram a derrubada do inerte Jango, que o façam
de peito aberto e não escudados por estranhos poderes de uma comissão fajuta, sem
amparo legal ou moral, com script pronto, baseado na raiva e na vingança.
Lobão questiona também de forma incisiva a posição de Dona
Dilma, que alega ter pertencido a um grupo subversivo que matou e roubou, não
esclarecendo sua efetiva atuação nesses eventos, dando a entender, que apenas
ficou na retaguarda.
Acredito mesmo que a Presidente não foi grande coisa como
revoltosa subversiva, nem mesmo quando afirma ter sido torturada.
Quando muito, deve ter levado uns tabefes, pois pelo que
sabemos, jamais apresentou qualquer sintoma, traumas ou evidencias físicas,
comuns naqueles que realmente enfrentaram o “pau de arara”, choques e outras
“carícias”, distribuídas com fartura nos porões do DOI/CODI.
Nunca dei a mínima para Lobão como músico ou compositor, mas
lendo seu livro, com uma linguagem franca, as vezes ferina, sem meias palavras,
dizendo o que sente e pensa, confesso que passei a me identificar com o velho
roqueiro.
Com bastante atraso, até vou tomar coragem para escutar
algumas de suas composições.
José Roberto- 14/05/13
Também li num banheiro:
ResponderExcluirNeste momento solene
Onde a vaidade se acaba,
Todo covarde faz força,
Todo valente se caga!
Luizinho.