REENCONTROS
Só pode ser conseqüência ou reflexos da idade avançada, pois
estou ficando um molenga sentimental.
Se a sensação de rever velhos amigos é tão boa e
reconfortante, porque esperamos tanto para proporcionar esses reencontros que
apascentam nossa alma faminta?
Aproveitando uma viagem a trabalho, estivemos em Campinas
revendo velhos e queridos amigos.
Surpresa foi topar com Laércio (Saponga), parceiro de
aventuras e tantas pescarias, em Itanhaém e Peruíbe.
Ao nos abraçarmos fortemente, senti que Laércio estava muito
emocionado, pois não nos víamos há muito tempo.
Lembranças fluíram em nossa mente, da época em que éramos jovens
e sonhadores.
Laércio foi um caso típico de implicância a primeira vista.
Quando o conheci em Rio Claro, com aquele jeitão ressabiado,
caminhando rápido e olhando de soslaio, sempre com a mesmo malha vermelha, o
considerei de imediato um “querosene”(expressão de Itajubá).
Alguns meses depois, já em Itanhaém, quando soube que ele
viria para nossa republica, refuguei, porem Sérgio contornou o problema
esclarecendo que Laércio “era boa gente”, apenas meio assustado.
Derrubando o mito “da primeira impressa é a que fica”, nos
tornamos grandes amigos, pois tínhamos muito em comum.
Lamentamos não ter encontrado com Célia e os filhos, absorvidos
por questões particulares e profissionais.
Nossos anfitriões foram Sérgio e Gláucia, que tinham estado
conosco no Rio, depois de um lapso inexplicável de mais de vinte anos.
Estávamos em falta, apesar dos contatos via telefone e
email, principalmente Regina e Gláucia, que se comunicam constantemente, pois
nada supera o prazer de revermos pessoas tão queridas, da troca de abraços,
sorrisos e de dizer aquelas palavras e frases tão manjadas, mas que fazem um
bem danado aos nossos velhos corações.
Sérgio e Gláucia foram e são nossos irmãos de sangue, ou muito
mais que isso.
Conheci Sérgio ainda solteiro, começando a vida profissional
na CESP, em Itanhaém.
Nossas afinidades eram tantas que nos tornamos inseparáveis.
Após nossos casamentos, continuamos trabalhando juntos em
Atibaia, durante quatro bons anos, festejando o nascimento de Ana Flavia, nossa
primeira filha por afinidade.
Necessidades profissionais e o destino nos separaram, mas
continuamos mantendo contato, acompanhando o nascimento de mais duas belas
meninas, Maria Tereza e Renata.
Porem, sem que déssemos conta, aos poucos nos afastamos,
vindo finalmente e nos reencontrar no Rio, ocasião em que os velhos laços de
tão grande amizade falaram alto, fazendo emergir um turbilhão de emoções que
não poderiam ficar represadas.
Estar em Campinas com Sérgio e Gláucia e ainda ter a imensa
satisfação de rever Ana Flavia, Maria Tereza e Renata, em minhas lembranças
meninas impúberes, hoje, mulheres feitas e muito bonitas, cada uma com traços
marcantes de seus pais, daquele jeito típico que as tornam diferentes, únicas,
porem frutos da mesma boa cepa.
Escrever um texto sobre esse reencontro sem ser piegas ou
citando lugares comuns é tarefa impossível, porem, o que vale é a energia
positiva que aflora, iluminando nossos corações e nos rejuvenescendo, ao menos
em nossos íntimos.
Não posso deixar de mencionar nosso bom jogo de tênis, onde
fazendo dupla com Sérgio fomos imbatíveis e como adversários, penei com suas
bolinhas cortadas e cheias de efeito.
Fiz também parceria com o Hugo, companheiro de Cesp com quem
tive pouca lida, mas que também despertou velhas lembranças, comprovando que
contatos e amigos do passado, como o vinho, ficam com um sabor especial ao
envelhecer.
Uma visita apressada, mas muito gratificante, que terminou
com muitos abraços e promessas
Temos que deixar de ser preguiçosos(eu especialmente), para
que esses reencontros não sejam eventos especiais, mas sim rotineiros, mantendo
essa troca de afeição e carinho, enquanto o tempo nos permitir.
Ao Sérgio, Gláucia e filhas, um abraço especial, e ao velho
Saponga um beijão do amigo Gigi.
Já, com muitas saudades!
José Roberto- 22/02/13
Amigos são pérolas que devem ser conservadas com todo o cuidado e carinho.
ResponderExcluirQuem tem bons amigos pode dizer que viveu e não apenas passou pela vida!!!
Com esta sua ótima crônica, pois a vida é feita de encontros e rencontros, eu também tive a oportunidade de me emocionar ao ter notícias de tão grandes amigos, que são o Sérgio e o Laércio, pessoas maravilhosas, que fizeram parte do início de nossas vidas na CESP em Itanhaém. Lembrei de tantos amigos, que emocionado não conseguirei lembrar de todos, no entanto, como homenagem a todos vou ouvir esta música:Encontros e Despedidas Milton Nascimento -
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=07Bn2ZZxfH0
Um abraço a todos,
Vanderlei Zanetti