OLFATO
Durante o trajeto de casa ao escritório, vinha matutando
sobre o assunto que abordaria hoje no blog.
Bastou alguns segundos esperando o elevador, para que “se fizesse a luz”.
Minhas narinas espertas captaram aquele cheirinho enjoado
que sempre me incomoda e resolvi num estalo: “está aí, o tema de hoje”.
Não sei se é vantagem ou desvantagem, mas tenho um olfato
apuradíssimo.
Parece até um contra-censo, pois fumo meus dois ou três
charutos diários, sofro de uma sinusite crônica desde os doze anos e o pior,
sou viciado em Afrin.
Não consigo dormir sem dar ao menos duas esguichadas em cada
narina desse descongestionante nasal, que todos afirmam fazer mal ao coração,
porem, sem esse desentupidor meu ronco que é razoável, atinge níveis
intoleráveis.
Não que o ronco me atrapalhe, mas perturba minha mulher, que
me vira na cama o tempo todo, obviamente, perturbando meu sono, o qual não é lá
essas coisas.
Esse somatório de problemas, aos invés de acabar com meu
olfato, parece que faz o inverso, pois capto sem querer, todos os cheiros da
redondeza.
No elevador, sinto o cheiro do suor dos ternos ensebados dos
advogados gagás que tem escritório no prédio, que usam os mesmos paletós
durante o ano inteiro, o que se percebe, pelas golas manchadas e escurecidas
pelo acumulo de suor.
Sou o primeiro ao entortar o nariz, ao pescar mesmo de
longe, o fedor dos flatos silenciosos, tanto em ambientes fechados quanto ao ar
livre.
Vocês podem imaginar meu sofrimento nas viagens a Caravelas,
bombardeado por meu sobrinho e amigos durante ininterruptas treze horas(na ida
e na volta).
Duro é participar de reuniões, quando seus vizinhos de mesa
exalam aquele mau hálito, dando a impressão que ingeriram papo de urubu no café
da manhã.
Os malditos “bocas de túmulo” ainda gostam de falar bem
perto no nosso rosto, como se estivem cochichando segredos.
Não sei mesmo se ter olfato apurado é vantagem, mas com
certeza é uma compensação natural, já que meu paladar apesar de normal, não é
dos melhores.
Tenho inveja de quem degusta um bom vinho sentindo diversos
sabores, madeira, canela, terra, açafrão e outros mais.
Sempre fico na dúvida se não estão blefando, se fazendo de
entendidos, pois para mim, tem aqueles
que descem arranhando e os que descem macios.
Suspeito que haja muito frescura entre os que se dizem
entendidos.
Se a qualidade dos vinho e aferida pelo paladar, a dos
uísques é pelo olfato.
Aprendi, que os grandes produtores escoceses, pagam uma nota
preta aos “cheiradores”, que mantém a qualidade do “blended” apenas pelo
olfato.
Talvez eu me desse bem na Escócia.
Esqueci de mencionar que meu nariz é de tamanho normal, até
que ajeitado, apesar de ter crescido um pouco com a idade avançada.
Todos sabemos que as únicas coisas que aumentam com a
velhice, são as orelhas e o nariz e os pelos que crescem em seus orifícios. O
restante tende a cair, não resistindo a força da gravidade.
Outra coisa que me incomoda são os cheiros que sinto dentro
dos aviões, principalmente nas viagens mais longas.
O odor desagradável dos banheiros, sempre ocupados e a cada
abertura de portas , exalando e dando pistas das necessidades fisiológicas
saciadas.
O flatos soltos na surdina, ou livremente, pois o barulho
das turbinas encobre os ruídos, estimulando os “peidorrentos” a se soltar,
deixando escapar sem pudor, seus gases nauseabundos.
Sofro durante essas viagens.
Apesar de tudo, existe o lado bom, ao sentir o aroma das
flores, o odor das matas, da terra após a chuva e principalmente, o perfume
adorável de uma mulher.
José Roberto- 27/02/13
Zé
ResponderExcluirVocê é nosso poeta pornô-erótico.
Aprecio muito seus textos abordando o cotidiano, pois de política estou cheio.
Continue escrevendo sobre tudo o que lhe der na telha, que a torcida corintiana agradece.
A natureza e pródiga.
ResponderExcluirQuando um sentido falha, os outros se aprimoram.
Talvez esse seja o caso do seu nariz, que cheira o que não deve.
Zé,
ResponderExcluirSe você viaja de avião na primeira classe e em poltronas de couro, trate de voltar a viajar com a galera, pois Cientistas concluem que soltar gases durante viagem de avião faz bem.Sendo que os benefícios à saúde compensam impactos sociais negativos, dizem médicos. Assentos comuns absorvem 50% dos odores, mas couro da 1ª classe não.
Este assunto foi tratado há poucos dias no site G1:http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/02/cientistas-concluem-que-soltar-gases-durante-viagem-de-aviao-faz-bem.html
Segundo o José Simão, logo mais teremos a "PUMAIR" para atender aos flatulentos de plantão.