CONVERSAS AO PÉ DA QUADRA
Finalmente, em mais uma manhã escaldante em pleno verão
carioca, conseguimos juntar uma turma para bater uma bolinha(tênis).
O absurdo é ter uma quadra disponível em nosso prédio e não
ter com quem jogar.
Ontem porem, conseguimos formar duas boas duplas, eu e
Paulinho explicadinho, contra o obeso bicão Luiz e o jovem André, seu sobrinho
por afinidade é um ótimo jogador, osso duro de roer.
Com o sol a pino, numa partida que durou mais de uma hora,
obviamente deu a lógica, com a vitória dos favoritos depois de um difícil
ty-break( modéstia a parte,sempre sou o favorito).
Exauridos(eu e o Luiz), refugamos um novo embate, pensando
ansiosamente nas cervas geladinhas que nos aguardavam.
Ao iniciarmos nossa degustação eis que aparece o portuguezinho
Miguel, o melhor oftalmologista do Rio, trazendo uma coleção de cervejas raras
adquiridas em seu recente périplo pela Europa e Estados Unidos.
Embora advertido por minha mulher para maneirar na manguaça,
foi difícil resistir a tentação de provar a extensa variedade de marcas, pois
cada um dos presentes caprichou nas encomendas, com exceção do Luiz, o bicão,
que quando leva alguma coisa é sempre a mais barata, adquirida na oferta do
supermercado.
Depois de umas e muitas outras, me surpreendi com a conversa
do Luiz, argüindo Miguel sobre o que havia lido e ouvido no exterior, sobre a
renuncia do Papa.
Aproveitando a deixa, Paulinho o explicadinho, em fase de
aquecimento e ansioso, as vésperas de sua primeira viagem a Portugal, crivou o
portuguesinho de perguntas, sobre hospedagem, restaurantes, passeios, sendo
interrompido, pois como adora detalhes, a conversa seria longa.
Miguel educado e carioca da gema(chegou pequenino ao Rio),
saiu pela tangente, alegando que viajando com a família, passando os últimos 30
dias em Orlando e Miami, preocupou-se mais em divertir-se, que resolver os
problemas mundiais.
Estranhei muito o fato do Luiz se preocupar com a renuncia
do Papa, pois no geral, nossa conversa gira sobre sacanagens, cavalos e o
Botafogo, suas duas grandes paixões.
Apostamos inclusive duas caixas de cerveja, que novamente
faturei,(o Mengão ganhou apertado) e que se juntarão a dezenas de outras que
jamais serão pagas, pois o sujeito é um mão de vaca danado.
Como de costume, aproveitamos para falar mal dos amigos que
não tem dado as caras, caso do Helinho, que continua bichado, o Otacílio, que
depois que deixou de tingir o cabelo e o bigode, assumiu de vez a velhice,
sumindo do mapa.
Também não esquecemos do velho Renato, o popular
carreirinha, que flechado pelo cupido se bandeou para Salvador, esquecendo os
amigos e renunciando ao tênis.
André educado e sorridente, não teve oportunidade de se
expressar, pois os veteranos não lhe davam espaço, cada um querendo matraquear
mais que o outro, contando casos e mentindo a valer.
Ao poucos, com a cerveja rareando, fomos debandando
Primeiro o André, tendo que atender a esposa e o bebê. Depois
eu, temendo as broncas de D. Regina e os demais, somente após a ultima latinha
ir para o lixo.
Um ótima forma de começar um domingo.
Pena que essas ocasiões estão ficando raras.
José Roberto- 18/02/13
O vida dura em cara ?Abçs André
ResponderExcluirZé
ResponderExcluirA sua turma de mentirosos e manguaceiros está diminuindo, pelo que tenho lido de seus relatos.
Não acredito nessa conversa de você ser bom no tênis.
Deve ser mais uma lorota de pescador.
Tenho acompanhado as peripécias dessa sua turma do tênis, que como você mesmo disse, está minguando.
ResponderExcluirParece que um dos mais fiéis é esse Luiz, o bicão, que deve ser um vizinho cara de pau, pois alem de perder as apostas não paga o vencedor.
Vamos ver se o Luiz toma tenência e quita seus débitos.