LEI SECA, MÃO MOLHADA
Se a maioria da população já desconfiava da Lei Seca, ao
menos aqui no Rio, agora não há mais dúvidas.
Assim como a instalação intempestiva de “pardais”, a famosa
Lei nada mais é que um recurso extra para aumentar a arrecadação.
O que interessa à prefeitura e ao estado, é inventar novas
maneiras de arrancar na marra, grana do povão.
Não podemos negar que a Lei Seca serviu ao menos para
intimidar os mais conscientes, alertando a maioria responsável da população
sobre os riscos de dirigir sob efeitos do álcool.
Mas para os manguaceiros renitentes não há solução, nem lei
que os force a largar do copo e da direção.
Os policiais do Rio, acharam um jeitinho de esculhambar de
vez com essa Lei, aplicando três multas num condutor de uma bicicleta elétrica.
O sujeito só não levou umas porradas porque havia
testemunhas no local, alguns inclusive registrando o fato notório com seus
celulares.
Parece que os policiais envolvidos nessa gafe já foram
afastados e que o imbróglio se deve a falta de regulamentação, alegando um dos
chefões da área, que enquanto não houver lei federal disciplinando o
assunto, o uso desses veículos de duas
rodas é tecnicamente proibido.
Isso tudo as vésperas da Conferência das Nações Unidas, Rio
+ 20, sobre desenvolvimento sustentável, que recomendará a utilização da
bicicleta elétrica como um dos veículos mais ecologicamente corretos da
atualidade.
Alem da Lei Seca ser na prática uma operação caça níquel, é
o maná que entra milagrosamente no bolso dos policiais, nas altas horas da
madrugada, extorquindo uma grana preta
dos “bebuns”.
Um amigo, que mora em frente a um ponto tradicional de
fiscalização, conta que está cansado de presenciar cenas explicitas de achaque,
vendo policiais exigindo dinheiro dos pinguços para na lavrarem a autuação.
Confirmo essas evidências, com uma fato semelhante ocorrido
com meu filho.
Há aproximadamente um mês atrás, voltava ele de uma noitada,
esquecendo de consultar pela Internet (telefone), os postos ativos de
vigilância da Lei Seca no momento.
Se deu mal, sendo parado por uma blitz.
Abordado pelo policial, não teve alternativa, alegando
realmente que havia tomado umas e outras, se prontificando a fazer o teste do
bafômetro.
Talvez assustado com tanta franqueza, o policial começou o
jogo de “cerca Lourenço”, afirmando que alem da apreensão da carteira, haveria
uma multa de mais de 900 reais, alem de outras prováveis complicações.
Perguntou se meu filho não queria evitar esses contratempos,
dando em troca uma contribuição para a caixinha dos P.Ms.
Meu filho alegou que estava duro, com apenas 20 paus na
carteira, afirmando que preferia ser autuado.
O policial insistiu, sugerindo que ligasse para o pai, que
poderia socorrê-lo, complementado a grana necessária para limpar a barra.
Meu filho argumentou, que se o pai fosse acordado àquela
hora da madruga por esse motivo inglório, faria questão de pagasse por sua
irresponsabilidade, pois era “quadrado”, não admitindo irregularidades e
procedimentos inidôneos(lógico que ele exagerou!!!).
Percebendo que não havia mesmo jeito, o policial pediu para
que meu filho sacasse a carteira, olhou bem direitinho e se conformou com os 20
mangos.
Aliviado, meu filho retornou para casa, com certeza,
prometendo a si mesmo, ser mais cuidadoso no futuro, em ambos os sentidos.
Triste exemplo da deturpação do usos e costumes em nosso
país.
Essa Lei é seca e implacável para alguns, mas “molha” a mão
de uma cambada de policiais desonestos.
José Roberto- 04/05/12
Mais um triste exemplo de como funcionam as leis oportunistas em nosso país.
ResponderExcluirAo invés de orientar, educar e disciplinar, só querem mesmo é faturar, incrementando a corrupção.
Deveriam implantar a Lei Seca no Congresso, para caçar os sacanas que bebem nossa grana feito agua, e aprovam leis que aumentam a arrecadação, para poderem roubar mais.
ResponderExcluirO brasileiro tem o poder de esculhambar com tudo, caso das Ongs, verdadeiras arapucas, caso das nossas leis, que só se aplicam para os que não tem grana, e essa específica, Lei Seca, que seca nossos bolsos e enche o dos envolvidos no processo.
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