A DONA DO LIXO
Quando mudamos para o Rio em meados de 1978, tivemos que
aprender a andar olhando para o chão, não pelas más condições da calçadas, mas
pelo excesso de cocô de cachorro.
Ou você andava de cabeça baixa, ou queimava os pés com a
merdalhada canina, que realmente tomava conta dos passeios.
Era quase um jogo de pular “amarelina”, saltando de cá para
lá, desviando dos montes infectos.
Merda de cachorro tem uma característica especial, intacta
até que não fede muito, mais pisando nelas e quebrando a película invisível que
confina o odor, é uma catinga desgraçada.
Quem já pisou e tentou limpar, sabe muito bem do que estou
falando.
Antigamente era tanta a falta de educação dos donos de cães,
que deixavam seus animais defecarem a vontade em qualquer lugar, que próximo ao
local onde morava, na Av.Oswaldo Cruz, havia uma ruela ligando essa avenida a
Rua Senador Vergueiro, conhecida como “Beco do Cocô”.
Atravessar aquele pequeno beco para cortar caminho era um
risco calculado.
Qualquer distração custava caro, com chinelos e tênis de
molho por uma semana, em água sanitária.
Somente depois que mudei para o Rio, em minhas idas a
trabalho para São Paulo, pude notar como as ruas da capital paulista eram muito
mais limpas, podendo andar normalmente, sem ter que olhar obrigatoriamente para
o chão.
Custou um pouco mais as coisas melhoraram.
Campanhas maciças pelos meios de comunicação mudaram o jeito
de ser do dono de cachorro carioca, que passou a coletar as fezes de seus
animais em saquinhos plásticos, posteriormente depositados nas lixeiras
espalhadas pelas ruas, praças e avenidas.
Dentro dessa campanha educativa, a prefeitura instalou pequenas
lixeiras de cor alaranjada, em quase todos os postes da orla e da zona sul,
estimulando os “cachorristas” a serem mais cuidadosos, mantendo a cidade limpa.
Eis que uma moradora do Edifício Lagoa Dourada e Prateada,
prédio vizinho ao meu, segundo dizem minhas amigas “cachorristas” , diretora da
CONLURB, Companhia Municipal do Lixo, resolveu determinar a retirada dessas
lixeiras de praticamente todos os postes da Avenida Epitácio Pessoa, alegando
que os pacotes de cocos depositados nessas lixeiras, exalavam mau cheiro.
Ora, sem a existência das lixeiras, os saquinhos de cocô
estão sendo jogados nos vasos, canteiros e jardins, existente ao longo da
Avenida, todos muito bem cuidados.
Os vasos foram colocados estrategicamente pelos edifícios ao
longo da avenida, depois que foram obrigados pela prefeitura, a retirar os
fradinhos das calçadas, que impediam o estacionamento irregular.
No lugar de cada fradinho retirado, foram colocados grandes
vasos, com mesma finalidade anterior.
Justamente nesses vasos, estão sendo depositados a grande
maioria dos saquinhos de merda dos cachorros, que se fediam dentro das
lixeiras, expostos ao ar livre, alem de atraírem moscas, fedem muito mais.
Caso seja verdadeira a posição dessa “sábia” diretora da
Conlurb, sugiro um mutirão dos donos de cachorro da área, até o apartamento da
dita cuja, a fim de depositarmos em sua porta, a “safra” de apenas uma manhã.
Talvez, tocada por esse singelo presente, a diretora volte
atrás e autorize a reinstalação das lixeiras, evitando que a merda canina tome
conta da Epitácio Pessoa e cercanias.
José Roberto- 10/05/12
Concordo com tudo o que vc postou, como tb em fazermos um mutirão para depositarmos as fezes caninas na porta de sua cobertura no bloco B. Ela é realmente uma "anta" e o pior através da convivencia nas Assembléias a gente percebe que é uma "anta" que se julga o supra-sumo.
ResponderExcluirEssa diretora da Conlurb deve ter estudado muito, doutrada lixologia e merdalogia canina.
ResponderExcluirCom tipos como essa diretora, como manter a cidade limpa.
O Rio é a cidade maravilhosa, mas bem sujinha.
O cocô de cachorro sempre foi um problema no Rio, principalmente na zona sul.
ResponderExcluirEssa mulher deve gostar da merdalhada, pois eliminando as lixeiras as ruas vão ficar um mar de bosta.