NOVA RAPINAGEM NO INSS

 

NOVA RAPINAGEM NO INSS

 

Nova é apenas força de expressão, pois o INSS é um mafuá onde quadrilhas bem organizadas, em conluio com funcionários e dirigentes, atuam desde longa data.

Uma das roubalheiras mais famosas que vieram a público em 1991, foi o “Caso Jorgina de Freitas”, Procuradora do Instituto ,que comandava um grupo de 20 pessoas, dentre elas o juiz Nestor Nascimento, titular da 3.a Vara Civil de São João do Meriti, atuando com voracidade na baixada fluminense, transformavam indenizações trabalhistas de 10 mil em 10 milhões, pagando ao interessado o valor original e embolsando o restante.

O “negócio” floresceu durante mais de 3 anos, contando com a participação de advogados conhecidos, como Ilson Escócia da Veiga e outros 2 irmãos com sobrenome de um jurista famoso, um deles por sinal foi meu vizinho na Av. Osvaldo Cruz, sujeito boa praça e conversador, com o qual tive um bom relacionamento até o estouro do escândalo.

Todos os envolvidos foram julgados, condenados, julgados e presos, pelo desvio aproximado de 600 milhões de dólares(corrigidos, equivaleriam a uns 3 bilhões), com exceção de Jorgina, que fugiu para a Costa Rica, sendo descoberta e repatriada 5 anos depois, falecendo em 2022.

Convem ressaltar, que mesmo presos, os condenados desfrutavam de regalias, num Batalhão da PM em Niterói, recebendo comida diretamente de suas residências ou restaurantes. A mulher do meu conhecido, o visita diariamente, levando-lhe um caprichada quentinha.

Aguas passadas, mas com certeza, mais espertos e talvez não tão gulosos, o INSS continuou sendo depenado, sempre com participação de maus funcionários e advogados inescrupulosos.

As facilidades devem ter aumentado sensivelmente nos dois governos Mula, o maior ladrão de nossa história, e da Anta Dilma, que conforme demonstrado posteriormente, destacou corruptos altamente qualificados para dirigir, autarquias, Bancos e empresas públicas.

Quando o Cachaceiro em meados do segundo mandato, indicou Carlos Lupi para o Ministério do Trabalho em 2007, tinha plenas consciência que colocava um manjado corrupto brizolista para comandar um importante órgão, tanto assim que logo após sua posse, alterou a regulamentação interna, facilitando a proliferação de sindicatos, muitos fantasmas, que só existiam no papel, beneficiando seus espertos diretores, todos de olho na obrigatória “contribuição sindical”.

Como exemplo, cito o Amapá,  onde foram criados 7 sindicatos de industrias que não existiam no estado. Essa praga se estendeu pelo país, com a criação de centenas de sindicatos com nomes esdrúxulos, que além de participação no bolo do imposto sindical, administravam verbas do Sistema S, Sesi e Senai.

A farra terminou em 2011, com Lupi envolvido em diversos escândalos, sendo finalmente demitido pela Anta.

Reatando laços,  o Pinguço, no início de seu terceiro mandato, em janeiro 2023, convidou Lupi para o Ministério da Previdência Social, entregando-lhe de bandeja a gestão de um importante Ministério, onde o volume de grana movimentado é bem relevante. Novamente unidos, retornando ao local do crime, organizando-se para novas investidas ao erário.

O corrupto Carlos Lupi, pensando em grana alta, indicou para a Presidência do INSS, Alessandro Stefanutto, elemento altamente gabaritado em trambiques, tanto assim, que em apenas dois anos e meio, o Instituto foi lesado em estimados 6,3 bilhões.

Não sei exatamente como o golpe foi descoberto, mas a Polícia Federal, talvez através de informações anônimas, seguiu o fio da meada, descobrindo o imenso volume de fraudes, envolvendo o Instituto e diversos sindicatos em 13 estados, sendo emitidos 211 mandados de prisão. Não sei se conseguiram prender todos os membros da quadrilha, mas Alessandro Stefanuto foi deposto, sendo arrolado no inquérito que investiga essa imensa roubalheira.  O Ministro Lupi também deverá ser arrolado, pois suas digitais foram reconhecidas no meio da papelada indigesta.

Pelas informações iniciais que consegui obter numa rápida consulta, soube que um irmão do Descondenado, é Vice-Presidente de um dos Sindicatos envolvidos na gatunagem. Nada a estranhar.

As informações disponíveis sobre o método de atuação dessa quadrilha, e o volume real dos desvios, está ainda em fase intermediária de averiguações, e com as prisões, apreensão de celulares e computadores, além das tradicionais delações, muita sujeira ainda será levantada debaixo dos tapetes sujos do INSS.

Fora Mula!

 

José Roberto- 24/04/24