OUTRA FESTA DE ARROMBA
Recordo, que
exatamente há dez anos, escrevi um texto que deverá ser parecido com este, pois
tentava retratar com palavras, a beleza que foi a festa de meu grande amigo
Renato, comemorando seus bem vividos 70 anos.
Soube que pretendia
realizar o encontro dos 80, no mesmo local do anterior, o magnifico Convento do
Carmo, todavia, por se encontrar em obras, foi escolhido a dedo, garanto que
por sua esposa Katia, o melhor e mais acolhedor restaurante de Salvador, o
Amado, nome que simboliza a prazerosa união de meu velho amigo.
Restaurante maravilhoso,
em local privilegiado de onde se descortina a Baia de Todos os Santos, ricamente
decorado, com o bom gosto e finesse de Katia, uma expert em organizar eventos.
Chegamos
cedo. Regina nos trinques, bela e elegante, deixando Betão orgulhoso, praticamente intocada pelos
anos, parceira constante e pródiga há quase 54 anos(em setembro).
Renato, logo
na entrada dando as boas-vindas. Nos estreitamos num longo e fraternal abraço,
pois apesar de mantermos contato por telefone e watts app, não no víamos exatamente
há dez anos.
Somos amigos
há mais de 35 anos, parceiros e adversários no tênis, onde ele sempre levou a
pior. Me venceu pouquíssimas vezes, aproveitando ocasiões em que estava
estropiado e outras por “camaradagem”, para não o deixar muito desanimado, e
continuar tentando o quase impossível.
Tento
lembrar como sedimentamos nossa amizade, pois eu e Renato somos bem diferentes.
Ele calmo, ponderado, escolhendo bem as palavras, sem exorbitar, fruto de estar
acostumado a grandes responsabilidades; eu ao contrário, falastrão, irrequieto,
pavio curto, sincero em demasia, um grave defeito, difícil de ser contornado.
A verdade
que essas diferenças devem ter-nos aproximado e reconheço que o Velho, como
carinhosamente o chamava (2 anos mais velho que eu), foi um muro de arrimo
quando dele precisei. Jamais falhou nas ocasiões em que busquei seu apoio.
Amigo com A maiúsculo, ocupando um cantinho exclusivo em meu coração.
Completando
o grande prazer dessa viagem, para participar do memorável evento, 80 anos do
Renatão, por sinal em invejável forma, salvo uma barriguinha, irmã gêmea da
minha, foi uma grande satisfação rever Otacilio, o ex-leão de Exu, afastado das
quadras alegando contusões e que sumiu do prédio, talvez cansado de apanhar
feio na quadra. Tinha uma bela esquerda, porem, muito mais vistosa que eficaz.
Assumiu de vez os cabelos brancos, aposentado seu estoque de tinturas. Apesar
dos cabelos está em ótima forma, fininho de dar inveja. Não sei como consegue,
deve estar dedicando-se a outros esportes, pois no tênis, viu que não tinha
chances.
Outra grande
alegria, foi reencontrar Heleno, o antigo canhotinha de ouro do Sonata, conversador
que sempre afirmava ser o melhor duplista dos dois prédios. Era mesmo um bom
duplista, mas na época, jogamos quase sempre partidas simples, e ele apanhava
feio. Não recordo de ter perdido uma sequer em nossos embates. Ronca papo que
ainda joga em Recife, mas nas vezes que apareceu no Rio, apesar de meus
convites, nunca deu as caras, sempre com uma desculpa “esfarrapada!”. Puro cagaço!
Está em recuperação de uma cirurgia no ombro e prometeu aparecer assim que
tiver alta. Estarei esperando, para lhe aplicar a costumeira “guasca”.
Frank, outro
amigo do Sonata, também se juntou a nós. Um tanto debilitado, pois além do
sério problema de vista que sempre o incomodou, teve uma Covid brava, que deve
ter deixado sequelas dificultando sua mobilidade. Todavia mostrava-se otimista
e ativo, a frente dos negócios, junto aos filhos, não se deixa esmorecer.
Papeamos bastante, pois apesar de não jogar, era presença constante na torcida
e nas cervejadas e tira-gostos após as partidas. Heleno sempre trazia petiscos
maravilhosos.
A festa foi espetacular,
e para variar, comi além da conta, exorbitando dos belos e deliciosos camarões.
Bebi razoavelmente, sempre controlado pelos olhares atentos de Dona Regina, que
mesmo assim, achou que passei do ponto. Intrigas da oposição, pois sai firme
feito uma rocha, pronto para outra.
A animação
ficou por conta do ator e cantor Daniel Boaventura, como ocorreu nas festividades
dos 70 anos, romantismo no ar, consoante com o ambiente festivo.
É incomensurável
o prazer de reencontrar velhos amigos, mesmo aqueles com o quais mantemos
poucos contatos, pois a verdadeira amizade não requer convivência constante,
pois as bases e os alicerces já foram solidificados em nossos corações, e mesmo
a distância, os bons momentos sempre lampejam em nossas memorias, pois a
saudade e na realidade o amor que ficou e persiste.
Espero rever
a todos e especialmente o Velho amigo Renato, não somente daqui há dez anos, na
festa dos 90, mas sempre que der uma chegada no Rio, onde cuida da saúde, pois
é um quesito que leva muito a sério, tanto assim que está inteirão.
Independente
dos encontros e eventuais desencontros, rezarei para que estejamos todos bem,
cada um seguindo seu caminho, devagar e sempre, aguardando o evento de 2033,
que deverá ser ainda mais animado. Se Deus quiser.
A todos, um
até breve!
José Roberto-
17/07/23
Meus queridos amigos Regina e Super Ze.
ResponderExcluirQue prazer vcs me deram com suas presenças na festa dos 80 , e como consegue em palavras retratar tão bem como foi a festa
Obrigado pela amizade e admiração que tenho pelo casal
Baiardi e vamos aos 90!!
Meu caro Zé Roberto
ResponderExcluirApesar de já estar bem desgastado, você continua bem lúcido e grande escritor.
Grande abraço do seu amigo Otto.