O ENROSCO
DAS PARÓDIAS
Em ano de
eleições é normal que surjam paródias, tanto elogiando ou denegrindo
determinados candidatos.
Contudo,
ganha forças um movimento comandado por autores e cantores conhecidos, tentando
proibir essa talvez “apropriação indébita” de uma música, modificando sua letra
ou até mesmo a estrutura, para outra finalidade, bem diferente da original.
Como não
perco oportunidade de demonstrar “meus conhecimentos científicos” sobre todo e
qualquer assunto, entro nessa “dividida”, de sola, para dar os meus pitacos,
sempre fundamentados na mais pura e nobre ciência.
Por princípio,
sou contra qualquer proibição de cunho literário ou artístico, pois até mesmo
uma boa parodia não deixa de ter seus méritos, porem fica no ar, a questão dos
direitos autorais.
Deve o parodista
pagar ou compensar o autor da música original, pela apropriação, modificação,
ou desvirtuamento, de algo que foi
criado para deleite e entretenimento, em uma peça de propaganda política,
troça, ou mesmo de marketing de algum produto?
“Ser ou não
ser”, “fiz que fui, mas não fui e acabei fondo”, eis a questão.
Nessa
intrigante quesito, até mesmo eu, com meus quase setenta e sete nas costas,
minha larga experiência de vida que não serve para nada, fico em dúvida quanto
a pretensão dos autores e compositores.
Proibir
jamais, porem talvez receber alguns trocados pelo uso, mesmo inadequado de suas
criações, me parece justo. Ou não?(como costuma dizer Caetano, um dos artistas
que querem a proibição).
Reconheço,
que eu mesmo, como amante das sacanagens, adoro determinadas paródias trazidas
dos tempos de infância e adolescência, todas altamente pornográficas que não
ouso citá-las(temo represálias familiares), mencionando apenas que uma de
minhas preferidas se baseia na música de Luiz Gonzaga, “Ela só quer, só
pensa em namorar” e fico por aqui.
Outra parodia
que gosto muito, se baseia na música do grupo Light Reflections, “Teel me
once again”, de 1973, transformada em “Telma eu não sou gay”, pois
me leva aos idos de 1981,1982, quando trabalhando em Manaus, uma engenheira
ajeitadinha obviamente chamada Telma, foi causa de uma quase tentativa de
assassinato, pois seu marido, que segundo consta era meio delicado, subiu nas
tamancas, quando um conhecido cantou a parodia em sua homenagem. O marido nervosinho,
descarregou o revólver no cantor, não acertando nenhum tiro(errando de
propósito). O caso foi abafado e o marido delicado ficou com aquela sensação de
chifres anestesiados.
Caso verídico,
que pode ser testemunhado pelo mano Tai(Carlos), que também estava em Manaus na
época, a trabalho.
Outra
lembrança que me vem a mente, é que logo após o sucesso alcançado pela música original,
a revista Veja, publicou uma reportagem exaltando o trabalho do grupo americano
Light Reflections, postando inclusive uma foto do conjunto.
Foi uma das
maiores “barrigas” da história, pois semanas depois o Grupo, formado por
estudantes de medicina da USP, apresentou-se ao vivo na TV, deixando os
editores da revista com cara de bunda.
Como de
costume, perorei, enrolei, dei voltas e
concluo sem muita convicção, mas achando que o autor, no caso de parodias,
tanto para fins políticos ou comerciais, merece uns trocados por conta dos
direitos autorais.
De uma coisa
não tenho qualquer resquício de dúvidas:
Mula é
ladrão!
José
Roberto- 11/02/22
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