SE PREOCUPAÇÃO MATASSE...
Levantei um pouco antes das quatro da matina, depois de
passar a noite toda olhando para o relógio de cabeceira, de hora em hora.
Tenho a sensação de estar mais cansado que ao deitar ontem
por volta das 22,30 h, sabendo que hoje teria que enfrentar “A Soma de Todos os
Medos”.
Vou protelando a consulta, até o momento em que acuado pela
família não resta alternativa, senão preparar-me para a imolação.
Passam anos, entram anos(com duplo sentido) e não me
acostumo com a sacripanta dedada.
Tenho calafrios só de pensar, que na posição de frango no
espeto terei mais uma vez meu fiofó violado.
Admiro a coragem dos que fazem esse invasivo exame de forma
altaneira, cabeça erguida, sorridente, encarando a agressão como fato
corriqueiro, apenas mais um pequeno detalhe(mesmo que o dedo seja grande) com o
objetivo de cuidar da saúde, precavendo-se contra a terrível doença.
Sei que é necessário, mas que sofro por antecipação, sofro!
Sempre tive o máximo cuidado na preservação das pregas
anais, especialmente da “prega rainha”, responsável pela perfeita coordenação
do registro do “buraco da bala”, evitando-se evacuações inoportunas.
É comum ouvir-se gozações, que velho consegue fazer três coisas
ao mesmo tempo, “tossir, peidar e cagar”.
Daí a importância de manter as pregas zeradas.
Sim, zeradas, pois embora agressivas, desconsidero essa
terapia como agente causadora de danos irreversíveis a minhas partes intimas.
Com a hora do “abate ou imolação” se aproximando, fico cada
vez mais amofinado, cabeça baixa, ombros curvados, cordeiro indefeso pronto
para o sacrifício.
Cheguei a pensar em não escrever faltando-me inspiração, mas
cumprindo o ritual obrigatório, sentei a bunda em frente ao computador para repartir
com os amigos, meu triste calvário.
Como se já não bastassem as dificuldades do dia a dia, a
falta de grana, boletos que não param de chegar, ainda temos que passar por
essa!
José Roberto- 12/11/19
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