QUERELAS COM A RECEITA
Meu lamento é assunto recorrente, sobre o qual escrevo ao
menos uma vez ao ano, pois devo ser destaque na lista da Receita Federal, não
pelos rendimentos, mas sim pelas despesas médicas ou porque existe lá algum
sacana que não gosta das minhas críticas ao órgão.
Estava viajando quando pintou a Intimação anual, recebida
por meu filho em 09/05.
Retornando no final de semana, tentei agendar pela Internet
a entrega da documentação em qualquer posto da Receita na cidade do Rio de
Janeiro, não conseguindo nenhuma vaga, pois o prazo concedido terminava em
29/05, somente havendo disponibilidade para final de junho e início de julho.
Seguindo o mesmo script de sempre, compareci na segunda-feira,
dia 13/05 pela manhã, ao Posto de Ipanema.
Tive que de esperar mais de uma hora, na fila dos não
agendados . Chegando finalmente minha vez, o atendente, depois de pesquisar no
seu terminal de vídeo, informou que somente havia conseguido uma vaga no Posto
da Tijuca, dia 06/06, fora do prazo regulamentar.
Questionei o problema sendo orientado a
procurar o Posto Central, na Av. Antonio Carlos, para conseguir uma prorrogação
de prazo.
Fiquei puto e pedi para outra pessoa que aguardava na fila, filmar e gravar pelo celular, minha discussão com o atendente, que
inclusive ameaçou me processar por estar filmando-o sem autorização.
Depois de um bate-boca e algumas baixarias, o atendente deu
a entender, que como eu tinha feito o agendamento
dentro do prazo, esse prazo ficaria automaticamente estendido até o dia em que
consegui a vaga.
Voltando para casa, não me convenci das explicações do merda
do atendente, contatando a Ouvidoria da
Receita Federal, e expondo todo o problema.
No mesmo dia a Ouvidoria respondeu por email, informando que
não havia sido bem orientado, pois o
prazo original continuava prevalecendo. Sugeria que continuasse
pesquisando na Internet para ver se conseguia uma vaga, caso contrário, nos três
dias que antecedem o vencimento do prazo, deveria comparecer ao Posto Central da
Receita, onde seria atendido.
Fuçando todo dia pela manhã na Internet, devido a uma
desistência, conseguiu uma vaga para o dia 31 de maio, dois dias alem do prazo.
Com base nessas informações e depois de ter ligado e
conseguido a duras penas ser atendido por uma telefonista, fui notificado que
deveria comparecer ao Posto Central entre 8,00 e 8,30 horas da manhã, para obter uma
senha, para depois tentar o agendamento.
Sabendo que o numero de senhas era limitado, cheguei ao
posto, ontem, 28 de maio às 6,45 horas. Procurando a fila para obtenção das
senhas, fui informado por um vigilante que estava no local, que os atendimentos
começariam as 9,00 h. Caso quisesse esperar, era o primeiro da fila, indicando
o local de espera.
Espera fodida de duas horas e quinze minutos. Por
volta da 9,00 horas, fomos orientados a entrar no prédio, em fila indiana, seguindo
uma segurança obesa que nos conduziu até uma sala com pouca iluminação, onde nos acomodamos por ordem de chegada.
O vistoso prédio que já foi sede do Ministério da Fazenda,
está todo cercado por tapumes e teoricamente em obras, as quais necessita
urgentemente, pois o prédio como um todo está bem degradado, dando até a
impressão que a noite, é povoado por fantasmas, almas de contribuintes
perseguidos pela Receita.
De repente, eis que se abre um guichê bem ao estilo do século
passado, onde um chinezinho ou coreano, com cabelo ouriçado e aparência de 17
ou 18 anos, que havia passado pela sala, pede para me aproximar para ser atendido.
Relato ao rapagote meu dilema e via sacra, ele apenas olha
um calendário e escreve na minha intimação a data de 16 de junho, que seria o
novo prazo.
Pedi a ele que desse uma rubrica embaixo da data, mas apesar
de minha insistência negou-se a fazê-lo. Após mais uma troca ríspidas de
palavras desisti, pois a fila era grande e não quis dar uma de pentelhão.
Depois de amanhã, sexta a tarde, estarei novamente no Posto
para apresentar pela “milésima vez” comprovantes de despesas médicas, despesas com plano de saúde, e cópia da certidão de nascimento e da declaração
médica da doença de minha filha.
Gostaria que algum assessor de Paulo Guedes lesse meu texto,
para modernizar essa droga da Receita Federal, que intima sem que haja vagas e
tem o prazer de encher o saco de velhotes que gastam quase todo o salário com
médicos e remédios.
Se fossem assim tão rigorosos com os políticos e poderosos,
não teríamos Mensalão nem Lava-Jato.
José Roberto- 29/30/19