SOBRE O DIA DE FINADOS
Muitos consideram finados
como um dia especial.
Respeito, entendo a dor e
saudades sinceras das pessoas que pranteiam e choram seus mortos queridos, mas
para mim, não significa grande coisa.
Talvez esteja totalmente
equivocado, mas encaro o dia de finados como um dia comercial religioso, quando
alguns setores do comércio e da igreja faturam alto.
Sei que estou mexendo numa
caixa de marimbondos, pois falar de religião gera um bocado de conflitos e
ainda mais de finados, pois muitos só se lembram dos entes queridos, que foram
dessa para melhor(ou pior), nesse feriado nacional.
Dos meus mortos queridos
lembro nas ocasiões mais diversas, inusitadas, momentos que trazem recordações
outrora vividas, principalmente de passagens agradáveis que ficaram definitivamente
gravadas na minha memória.
Todos os dias bem cedo, ao
fazer a barba lembro do meu velho pai, pois confirmo com o passar dos anos
nossa grande semelhança.
Sinto uma saudade gostosa de
sua bondade e sei que lá do céu, onde desempenha papel relevante, vela por mim.
Da turma do colégio e da
faculdade que decidiram partir prematuramente, difícil passar algum tempo sem
lembrar do Noedir(Bastião) cujo sonho secreto era ser policial ou chofer de
caminhão, do Wanderlei(Paredão), herdeiro da fábrica de vassouras de piaçava e
do Norberto(Galinha), meu grande companheiro de tantas jornadas e sobre o qual
há tanto o que escrever e falar. Não pode imaginar a falta que me faz.
Difícil entender porque Deus
chamou essa turma tão cedo. Talvez para levar um pouquinho de animação e zorra
aos sérios ares celestiais, porque esse trio era de lascar!
Dos companheiros de trabalho
que se tornaram grandes amigos, graças a Deus, lembro-me de poucos, pois a
maioria permanece firme e na ativa.
Difícil esquecer do alegre
Dalton, com seu sorriso constante e cativante, fiel parceiro na captura dos robalinhos
no Guaraú(Peruíbe).
Porque partiu tão cedo, em
plena flor da idade?
Talvez para ser lembrado
sempre jovem, queimado e sorridente, embora tenha deixado um saudade profunda
em todos que lhe eram caros.
Dos amigos mais recentes,
coisa dos últimos vinte anos, dos finais de semana, exauridos após nossas pelejas e tomando umas e
outras, impossível não lembrar da
disposição do velho Aldir, carioca da gema, que morreu fazendo o que mais
gostava. Em plena quadra, disputando uma partida de tênis.
O Tião foi logo em seguida.
Sempre preocupado com a
saúde, fazendo exercícios e mantendo-se em forma. Sua partida nos pegou no
contrapé. Talvez, tenha aceito um apelo do Aldir para bater uma bolinha lá no
alto.
Fico feliz por não ter um
grande rol de lembranças daqueles que já se foram. Faço um esforço e constato
que o número é bem limitado.
Talvez tenha esquecido um ou
outro, porém jamais esqueço dos principais, daqueles que realmente deixaram sua
marca registrada em minha existência.
Portanto prefiro lembrar dos
meus amigos em seus bons momentos, alegres e saudáveis, curtindo o melhor de
suas curtas vidas.
Não sou chegado a homenagens
póstumas, nem levar flores ao cemitério.
Sou daqueles que acredita que
demonstrações de carinho e afeto se fazem em vida.
Depois da morte, apenas boas
lembranças e algumas orações.
José Roberto- 03/11/09
NOTA- TEXTO EM ESCRITO HÁ 6
ANOS, RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE.
José Roberto- 18/11/15
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