quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A PRIMEIRA DEDADA

A PRIMEIRA DEDADA

Da primeira dedada a gente nunca esquece!
Todas as vezes, quando  aproxima o momento fatídico do chek-up anual, começo a sentir calafrios, com aquela voz repetindo insistente na minha cuca, “esse ano passo em branco, escapo da cutucada”.
Mas como “quem tem cu tem medo”, sucumbo ao “cagaço” e como um pobre cordeiro prestes a ser imolado, me entrego as mãos do carrasco(ou melhor dizendo, aos dedos).
Não existe humilhação maior para um homem(espada), que o apavorante exame de próstata.
A vergonha começa na sala de espera do consultório, quando um infeliz olha para a cara do outro tentando disfarçar, fazendo de conta que está ali só para mostrar um exame, uma ultra-sonografia, ou qualquer outra coisa mais leve.
Todos com o mesmo sorriso amarelo de fingimento, evitando conversas, cabisbaixos, macambúzios, como gado entrando no matadouro.
Numa dessas tristes ocasiões, meu filho me acompanhou para levantar minha moral e garantir a realização do exame, pois estava recalcitrante.
Quando entramos na sala do Dr. Eros(o nome do desgraçado já era um acinte), o simpático doutor tentou me tranqüilizar, dizendo que o exame seria rápido e indolor.
Em seguida passamos para uma salinha ao lado, separada apenas por uma divisória que não chegava ao teto. Meu filho ficou do outro lado aguardando os acontecimentos.
Desprovido de minhas calças e com as partes baixas a mostra, o médico pediu para que eu colocasse as pernas em dois suportes laterais elevados, de modo que meu fiofó ficasse totalmente exposto e arreganhado, para que o sádico tivesse uma visão ampla e total do meu tão preservado buraco.
Calçando uma luva e besuntando o maior dedo com vaselina, pediu gentilmente para que eu relaxasse.
O efeito imediato foi justamente o contrário.
Travei o breoco de uma forma que não passava nem pensamento.
O danado veio com uma conversa mole e num momento de distração, senti aquela ferroada insuportável. O ato estava consumado.
Com o dedão em minhas entranhas, apalpava e apertava minha próstata, dizendo que o tamanho estava ok, a elasticidade idem, que não havia nódulos e continuava apertando e falando sem parar.
O estupro pareceu durar uma eternidade.
Quando terminou foi aquele alívio, como se tivesse defecado uma jaca.
Já com as calças no devido lugar, voltando à outra sala, deparei com meu filho aos risos, gozando dos meus gemidos e lamentos.
Ele riu, porque ainda não sabe o que o espera daqui há alguns anos.
Quando finalmente você é liberado, passando pela sala de espera com o andar claudicante, como se estivesse assado ou mesmo cagado, todos olham de um jeito desconfiado, imaginando os estragos causados e com medo, pois sabem que sua hora esta chegando.
Depois dessa violenta agressão ao pavilhão retofuricular, fico ao menos por uma semana com dores e fisgadas no baixo ventre, que não me deixam esquecer o sádico Dr. Eros.
Em represália, esse ano já arranjei outro médico, pois não estava satisfeito com o nome, com a conversa e o tempo gasto para futucar minhas entranhas.
O felizardo foi o Dr. Luiz Nahar, filho do médico(já falecido) que me pegou de jeito pela primeira vez, quando ainda era virgem na traseira.
Fui consultá-lo por suspeitar de pedras nos rins e o velho confirmando o problema, não perdeu a oportunidade, calcando o dedão no meu fóba.
O velho tinha um dedo médio respeitável. Dizem que foi difícil acomodá-lo no caixão.
A escolha do filho só pode ser justificada por tendências masoquistas do meu subconsciente.
Com o avançar da idade e com a obrigação vexaminosa de submeter-se a essa agressão invasiva anual(com trocadilho), fica difícil preservar o “status quo”da prega rainha e das pregas auxiliares.
No catálogo dos proctologistas, alem da qualificação técnica, o Conselho de Medicina deveria exigir que constasse fotos, com o tamanho e espessura dos dedos.
Dessa maneira poderíamos caprichar na escolha, zelando e causando menos estragos a nossas partes intimas.
Por essas e outras que respeito os gays e enrustidos, que gostam de “agasalhar o croquete”.
Pô, os caras são machos pra caralho, pois submetem-se ao sacrifício com prazer.
Gosto não se discute, cada um na sua, sem críticas maledicentes.
O cerne da questão, é que da primeira dedada a gente nunca esquece. Ou arrepia de dor ou gama.
Todo cuidado é pouco!

José Roberto- 28/01/10


TEXTO RECUPERADO DO TERRA BLOG OPINIÃODOZE.
ESSE TEXTO PUBLICADO HÁ CINCO ANOS, FOI COPIADO E REPRODUZIDO EM DOIS SITES DE VENDA DE MATERIAL ERÓTICO, COM GRANDE SUCESSO, POIS HOUVE CENTENAS DE OPINIÕES DE MÉDICOS E LEIGOS SOBRE  ESSE IMPORTANTE E TERRÍVEL EXAME.

José Roberto- 04/11/15




2 comentários:

  1. Apesar de ser um martírio, não podemos deixar de fazer o exame da próstata, anualmente, principalmente aqueles com mais de 40 anos.
    É desagradável, mas necessário.

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