DEFUNTO MATA MARCIANA
Não é, mas poderia ter sido uma ótima manchete para esses
jornais que espremendo, sai sangue.
Esses folhetins custam em média cinqüenta centavos, estampam
na primeira página uma notícia desse naipe, sempre com um cadáver coberto de sangue,
e na parte inferior, uma deusa do funk quase peladona.
E vendem à beça, com público cativo entre porteiros, office-boys, engraxates, camelôs, taxistas e similares.
Mas a história em questão é outra, trata-se de um caso
verídico ocorrido no heroico Rio Grande, terra de gente macha e braba.
O “causo” é o seguinte:
Nota publicada num cantinho de uma pagina interna do Jornal
do Brasil:
“IDOSA MORRE AO SER ATINGIDA POR CAIXÃO”,
Uma senhora, viúva fresca, Marciana da Silva de 67 anos,
transitava pela rodovia RS-717 próximo ao município de Tapes, sul de Porto
Alegre, levando o corpo de seu finado marido, provavelmente para depositá-lo em
seu último refúgio, cujo destino era ignorado
pelo repórter que postou a pequena nota no JB.
Marciana, viajava
junto com o defunto no “coche fúnebre”, coisa pouco usual, pois normalmente os
vivos tendem a não utilizar esse meio de transporte.
Eis que a sorte madrasta, fez com que um Alfa Romeo(a
notícia não explicita se era um cupê ou uma daqueles velhos caminhões)
abalroasse o carro funerário, projetando o caixão para a frente.
Marciana, que ocupava o banco do passageiro foi atingida na
nuca, tendo morte instantânea.
A notícia foi capenga, não dando maior detalhes, deixando as
conclusões para os leitores.
Quis o destino, que Marciana e seu esposo não ficassem
separados, unindo-os para sempre nessa derradeira viagem.
Acabou o sofrimento de Marciana, que deve ter penado um
bocado durante toda sua existência, carregando esse nome. Imaginem as gozações
que essa boa mulher deve ter sofrido.
O nome seria uma alusão a sua aparência ou apenas
caracterizou o mau gosto e impropriedade dos pais, que carimbam seus filhos com
nomes que os atazanarão durante toda a vida?
O cartórios de registo civil deveriam ter uma relação de
nomes aceitáveis, proibindo essas esquisitices, comuns nos dias atuais.
Conheci uma professora, que tinha o sugestivo nome de
Vlagina(Vla de Vladimir, pai e gina de Regina, mãe), normalmente chamada pelos
alunos, de Dona Bloceta.
Bem, mais o caso é outro.
Queria apenas fazer algumas conjeturas de como uma nota
incompleta, “IDOSA MORRE AO SER ATINGIDA POR CAIXÃO”, publicada num jornal sem
qualquer apuro, talvez de última hora para cobrir um canto de pagina em aberto,
poderia induzir o leitor a variadas conclusões, fruto de sua imaginação ou
interpretação dos poucos detalhes disponíveis.
Dizem que as vezes um bom título, vale mais que a notícia.
Nesse caso, o jornalista do JB poderia ter sido bem mais
criativo.
José Roberto- 12/11/08
Excelente! Deu para desopilar o fígado. Hahahahahaha...
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