A SAGA DOS QUERO-QUEROS
Depois de inúmeras tentativas fracassadas que tenho
acompanhado de longe, sem interferir, pois minhas atividades conservadoristas
já me causaram diversos problemas, julguei que dessa vez, o casal teimoso de
quero-quero teria sucesso.
Fiquei surpreso ao constatar, na terça-feira passada, que os
topetudos desfilavam com dois filhotes, já bem empenados, prestes a alçar seus
primeiros vôos.
Julguei, que pela aparente agilidade, estariam livres dos
ataques dos cães, cujos donos imbecis, insistem em deixá-los acossar e
perseguir a sofrida família.
Ledo engano.
Ontem, passeando com Vick, meu fiel companheiro, constatei
que restava apenas um filhote.
Eu que ultimamente ando cheio de problemas, senti um aperto
no coração e fiquei puto de raiva.
Como a natureza humana é bestial, permitindo a existência de
pessoas embrutecidas, que se divertem
com cenas típicas dos tempos medievais, apesar dos constantes apelos e da
consciência preservacionista, que se propaga e difunde por todo o mundo civilizado.
Esses tipos imbecis, levam seus cães ao Parque da Lagoa,
para caminhadas ou para serem treinados, permitindo que saiam em desabalada
carreira, perseguindo a infausta prole dos quero-queros.
Apesar das táticas diversionistas, da fêmea tentar se afastar
com os filhotes enquanto o macho ataca o agressor, com vôos rasantes, piados
estridentes, no geral, os cães, com seu instinto de caçador, acabam levando
vantagem.
Destroem os ninhos, comem os ovos, ou acabam matando os
filhotes.
Tento fazer ouvidos moucos ao barulho estridente que chega
ao nosso apartamento, pois o vento predominante facilita a propagação dos sons,
sendo praticamente impossível deixar de ouvir a chiadeira.
Com raiva, da varanda presencio o espetáculo deprimente, dos
cães acossando as aves e os donos irracionais se deleitando com a agilidade e
esperteza de seus animais.
As vezes, ainda dou uns gritos, faço acenos, gestos
impróprios, porem normalmente sem efeito, talvez devido ao vento contrário,
ou ao faz de conta que não é comigo,
adotado pelos bárbaros que deveriam estar sujeitos a coleira, ao invés de seus
cães.
Infelizmente, tenho que conviver com essa situação
constrangedora, pois ano após ano, os quero-queros fazem seus ninhos na grama
rala do parque, totalmente expostos, sujeitos a faina assassina dos cães e dos
homens.
Por tudo que acompanhamos, pela agressão ao meio ambiente,
devastação das florestas, é duro constatar que o homem é o grande predador, o
maior inimigo da natureza e de si próprio.
José Roberto- 24/09/12
É uma pena constatar a que ponta chega a estupidez humana.
ResponderExcluirTambém fico triste com a dura saga dessa familia de quero-queros.
ResponderExcluirUma pessoa que solta os cães para perseguir essas pobres e indefesas aves deve ser um estúpido, desprovido de qualquer censo de civilidade.
É triste demais...
ResponderExcluirMas, devo dizer, que depois que passei a trabalhar em Santa Cruz percebi que há uma quantidade enorme de quero-queros no Rio de Janeiro, é só ver um gramado e, tenha certeza, encontrará os danados. Nos campos de polo de Deodoro vejo dezenas deles todos dia.
Bjs
É uma cachorrada o que estão fazendo com os quero-queros....
ResponderExcluir