ITANHAÉM, O QUE É QUE VOCÊ TEM...
Como diz a bela letra da musica, “quem vem uma vez vem sempre, fica triste se não vem”.
Aportei em Itanhaém em 1969 pelas mãos da CESP.
Um caipira recém formado que tinha visto o mar apenas uma
vez(Santos), o suficiente para lhe encher os olhos e o coração diante daquela
imensidão azul sem fim.
Nesse novo porto seguro lancei ancoras e finquei raízes, me
apaixonando ainda mais pelo mar, pelo rio, pelas belas praias e por uma caiçara
da terra.
Criado as margens do Rio Piracicaba, aprendi rapidamente a
respeitar o oceano, sem medo de enfrentá-lo em épicas pescarias a bordo do “Luciana”,
pilotado pelo velho Joaquim, barqueiro e pescador que conhecia todos os bons
locais para lançar os anzóis.
De tempos em tempos, revejo algumas fotos amareladas para
relembrar essa fase tão agradável de minha vida, repleta de vigor e de sonhos e
de muito a fazer e conquistar.
Lembro com muita saudades da velha e bela Praça da Matriz, atualmente desfigurada, com bares meia boca
espalhando mesas pelo horrível calçadão, onde turistas devoram pasteis rodeados
de centenas de pombos em busca de migalhas.
O fechamento da rua desfigurou uma bela e tradicional
paisagem.
Que saudade dos bons restaurantes, dos proprietários e dos
garçons gentis que serviam deliciosas iguarias, do Recanto Alegre, Pioneiro, Caçula, dentre outros, que infelizmente
não sobreviveram ao progresso intempestivo e avassalador.
A cidade já não é a mesma, tendo perdido parte de seu
encanto bucólico e de sua originalidade.
Foi despida de suas arvores que sombreavam parques e
avenidas, em nome do progresso e de uma modernidade que suscita dúvidas sobre
real beleza e funcionalidade.
A cidade cresceu de forma desordenada, com prédios imensos
rente as praias, prejudicando a vista e a circulação da brisa marinha nas áreas
internas do município.
Não quero ser saudosista ou retrogrado, mas as vezes o
progresso mal implantado, não faz bem a uma cidade centenária, com muita
história e tradição em suas ruínas e entranhas.
O que me levou a esse texto lamurioso,foi constatar
novamente a penúria da Praça Benedito Calixto, implodida e cercada há quase ou
mais de um ano.
Espicaçado por minha mulher que não se conforma de ver “nossa
praça” arruinada, pois foi nos bancos dessa praça que tivemos nossos primeiros
encontros e que tão boas lembranças nos trás.
Vê-la assim despojada dos velhos chorões, jambolões e
palmeiras, que alem da sombra bem vinda nos dias ensolarados, servia de abrigo
aos Bem te vis , João de barro, Beija
flores e Sebinhos, dá um tranco em nossos velhos corações, pois sem dúvida,
como mostram as fotos, era uma bela praça.
Enclausurada por tapumes especula-se qual vai ser sua
destinação.
Qualquer que seja, deixará um buraco na alma da cidade, que
perdeu um dos últimos recantos arborizados que dispunha, sem esquecer do lado
histórico, tradicional e da singela homenagem que prestava á um dos grandes
expoentes das artes nascido nessa velha terra.
Lamentável constatar a descaracterização da nossa Itanhaem,
que poderia ser bafejada com os ares do progresso, desde que houvesse um
planejamento responsável, respeitando suas origens, recantos tradicionais e sua
história.
José Roberto- 14/02/19
Nossa é gritante a diferença para pior, desbastaram toda a vegetação acabando o bucolismo. Lumiar onde tenho minha casa, tb está perdendo o charme antigo em menos de 17 anos, construções irregulares agora a PMNF permitindo 3 andares, excesso de bares, som alto, enfim o progresso chegando a partir da privatização das Teles, o celular chegou com a internet daí ninguém segura mais, até o preço da mão de obra subiu barbaramente. É o preço que pagamos para estarmos conectados com a vida lá fora. Abs Ana (ex 2566)
ResponderExcluirCARA AMIGA ANA
ExcluirÉ O DESGRAÇADO CUSTO DO PROGRESSO MAL PLANEJADO.
ABCS.
PS- O VICK, MEU FIEL ESCUDEIRO NÃO ANDA BEM DE SAÚDE.