ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ
Tenho lido diversas cartas e comentários sobre a flagrante
incompetência da Receita Federal, que deixou passar batida a imensa roubalheira
trazida a conhecimento público, pelas meticulosas investigações do pessoal que
conduz a Lava-Jato.
Por onde andava nosso Leão voraz nesses últimos 15 anos,
incapaz de perceber o enriquecimento ilícito de milhares de políticos,
autoridades, diretores de estatais e outros tantos que tinham qualquer negócio
com empresas do governo?
A insaciável Receita levava a cabo, uma feroz blitz contra
os assalariados, aqueles que sofrem
desconto na fonte, os aposentados, os pobre velhotes que gastam quase tudo que
ganham com despesas médicas.
Com esses era e é inclemente.
Pobre do contribuinte que erra na declaração do valor de um
recibo médico, que indevidamente inclui em suas despesas um valor qualquer, que
não se enquadra em determinada alínea da legislação.
São multados com
juros e correções extorsivas, onde o valor do principal não chega a representar
nem 20% do total do débito.
Concedem um pequeno prazo para pagamento, caso contrário a
dívida será inscrita no cadastro de inadimplentes da PGR, que poderá bloquear
suas contas correntes metendo a mão em seu magro saldo, se houver, para quitar
essa cobrança abusiva.
Esse é o procedimento padrão desse fiscal impávido apenas
para com os pequenos, para com os fracos, pessoas físicas sem “costas quentes”,
para com o Zé povinho em geral.
Mas com os grandões, os poderosos, a conversa é outra.
Quando multam e os processos chegam ao CARF, conselheiros
corruptos após serem devidamente “engraxados”, reduzem a migalhas o valor das
multas que eram bilionárias.
Mesmo não fazendo esses acordos, os fortões simplesmente não
pagam, e nada acontece com os ditos cujos, pois a turma da Receita não quer
meter a mão em cumbuca.
Compram alguns políticos
que aprovam um novo Refis, cancelando multas, juros e reduzindo a divida a
valores singelos.
Como exemplo, a corrupta JBS, que alem ter uma dívida de 1,8
bilhão junto ao INSS(controlado pela própria Receita) nunca teve qualquer
problema, conseguindo certidões negativas de débito e conseguindo
financiamentos de todos os bancos governamentais.
Hoje, um assessor de comunicação da Receita Federal,
respondendo diversas críticas publicadas na Seção de Cartas de O Globo tenta
contestar a versão de que só perseguem os pequenos, alegando que em 2016, 68%
das multas e autuações referem-se a grandes empresas.
Pensam que somos cretinos, pois só começaram a multar os
grandes após a equipe do Lava-Jato desnudar os bilhões em contas no exterior,
os bilhões doados em dinheiro vivo a centenas de políticos.
Nunca notaram que as empresas desviavam fortunas de seus
balanços, para o caixa dois, três ou quatro, enriquecendo políticos corruptos e
diretores de estatais, inclusive parentes e teudas.
Por que a Receita nunca investigou o patrimônio desses
políticos e de seus parentes e empregados utilizados como laranjas?
Obviamente, é mais fácil bater em quem não tem forças para
revidar.
Certamente, com todas essas delações, a Receita terá que ir atrás desses grandes
corruptos, pois a opinião pública está de olho, aguardando os acontecimentos.
Mas, depois que tudo passar, nós os pequeninos,
continuaremos a ser atormentados pelo urro inclemente do Leão raivoso.
José Roberto- 24/05/17
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