DESVENTURAS NA TERRA DO TIO SAM
Há uns quatro anos atrás, escrevi sobre os aborrecimentos
que tivemos em nossas viagens aos Estados Unidos, pois no momento do exame dos
passaportes, quando chegava a vez Maria Silvia, o sujeito olhava torto para
nossa filha, chamava um policial e nos encaminhava para uma sala repleta de
pessoas que estavam sendo investigadas se eram ou não imigrantes ilegais.
Era um constrangimento imenso, pois não admitiam explicações.
Enquanto fuçavam nos computadores, aguardávamos sentados de costas para os
policiais da aduana, a maioria absoluta latinos, muito mal educados, grossos ao
extremo.
Maria Silvia devia ter uma homônima famosa.
Nem mesmo o fato de ser cadeirante amenizava a situação
constrangedora.
Esse fato se repetiu mais duas vezes, até conversarmos com
uma vizinha americana que trabalhava no consulado, que nos orientou a contatar
o órgão de controle dos USA pela Internet, que finalmente nos enviou uma carta concedendo
um “salvo conduto” para minha “perigosa” filhota.
Dessa vez o abacaxi foi por minha causa.
Desembarcamos semana retrasada em Miami, para a consulta
anual de nossa filha, passando normalmente pelo controle de passaportes e
enquanto esperávamos a bagagem, fui ao banheiro.
Na saída fui interpelado por dois policiais parrudos, um
deles latino, que pediu meu passaporte, ficando também com o de Maria Silvia
e Regina.
Depois de examiná-los perguntou se eu havia mexido com algo
radioativo.
Obviamente neguei, solicitando a devolução dos passaportes.
Alem de não devolvê-los, perguntou por minha mulher.
Esclareci que estava junto as esteiras, aguardando a chegada das malas.
O policial latino disse que iria procurá-la, nos
encaminhando(eu e M.Silvia)
para uma sala, onde fui isolado, pois alegaram que seus
aparelhos dectetaram que eu estava emitindo sinais de radioatividade.
Lembrei e expliquei, que há três dias havia feito
cintilografia das coronárias e que haviam injetado contraste em minhas veias.
Talvez fossem ainda resíduos desse contraste circulando em meu sangue, que ativaram
os censores.
Num canto distante da sala, um técnico que colocou um
aparelho ao meu lado, que ficou buzinando e apitando por mais de dois minutos.
O aparelho foi depois conectado a um computador para ser analisado.
Após algum tempo,
percebi que o técnico comentou que a dose de radioatividade era compatível com
alguns exames clínicos e que eu poderia ser liberado.
O sacana do policial latino insistia para que revistassem
nossa bagagem, talvez por ter falado com Regina, que estranhando a abordagem não
foi muito solícita.
O técnico fechou a questão e fui liberado com Maria Silvia,
indo encontrar Regina que já estava preocupada com nossa demora, pois não sabia
exatamente os motivos que originaram toda a complicação.
Um grande aborrecimento, pois você já começa a viagem com pé
atrás, com mau humor, depois de ser forçado a contatar com policiais com
pouquíssima civilidade.
Fiquei cismado durante toda a estada em Miami, torcendo para
que o contraste fosse eliminado definitivamente do meu organismo, evitando-se
um repetéco desagradável.
No retorno, graças a Deus não houve problemas, a não ser uma
demora exagerada para liberarem um par de baterias reserva, que estávamos
trazendo como back-up para a cadeira de rodas de Maria Silvia.
Gostamos muito dos Estados Unidos, mas esse pessoal do
controle de imigração precisa urgente de uma reciclagem, com enfoque em
educação e civilidade, pois até mesmo os ilegais merecem tratamento decente.
O piores policiais são os latinos, que parecem ter raiva dos
conterrâneos que buscam as mesmas chances que eles tiveram.
José Roberto- 27/06/16
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