O VINHO PROIBIDO
Entorpecido com a decisão estapafúrdia de um ministro que
frustrou nossas esperanças, condenando-nos a patinar na mesmice complacente de
uma justiça inodora, onde “os fracos não tem vez”, resolvi encerrar o dia
tomando umas e outras, para refrescar a cuca e esquecer essa merdalhada toda.
Arrisquei passar no Supermercado Mundial, “o melhor preço
total”, onde estacionar é uma façanha, pois como os preços são realmente os
melhores do Rio, vive lotado, mesmo não aceitando cartões de credito(só a
vista).
Com muito custo, conseguiu uma vaga em busca da oferta
especial, pois como é mês de aniversário da casa, o dono, um português xucro,
mas que entende do riscado, quis brindar os clientes com o vinho proibido, o
cobiçado “Monte dos Cabaços”.
O magnífico “licor dos anjos” estava sendo ofertado por
módicos R$ 49,90, a metade do preço normal, bem acima de minhas posses, pois
meu limite por garrafa é de 30 paus.
No presente caso, face as circunstâncias, dei-me ao luxo
desse exagero perdulário.
Temendo qualquer dano, mantive o precioso liquido
pressionado entre minhas coxas, até chegar em casa.
Degustar o “Monte dos Cabaços” foi um cerimonial digno de
nota.
As papila gustativas enchiam minha boca de saliva e eu ,
espumando como um cachorro louco, babava, ansiando por degustar o liquido rubro
num ritual bacante e libidinoso.
Escolhi uma taça de um cristal fino, especial, para que o
Monte de Cabaços fluísse macio sobre meus lábios sequiosos, deslizando
tépidamente pela garganta seca , subitamente umedecida pelo sangue virgem, das
uvas sagradas da terra de nossos patrícios.
Só mesmo a alma portuguesa para engarrafar cabaços, não
apenas um, mas um monte deles, fruta rara e em extinção nessa época turbulenta
em que vivemos.
Após degustar avidamente os “Cabaços”, esse maravilhoso
vinho proibido e pecaminoso, senti-me relaxado, liberto dos problemas do
quotidiano, inclusive dos atos impuros de nossos podres poderes.
O torpor e a moleza bateram forte, pois saciado, regalado
com o “Monte dos Cabaços, me preparei e desfrutei do sono dos justos, sem
sonhos ou pesadelos.
Acordei numa boa, sem qualquer vestígio de ressaca.
O vinho provou ser realmente de primeira.
Quem é que em sã consciência, pode não gostar de um “Monte
dos Cabaços”?
Postei a foto de minha orgia etílica, pois sou daqueles que
“mata a cobra e mostra o pau”.
José Roberto- 20/09/13
Zé
ResponderExcluirVocê me deixou com água na boca.
Também quero provar esse "Monte dos Cabaços".
Deve ser uma delícia.
Pedro Paulo
Tivesse eu grana, iria agora mesmo comprar uma garrafa desse celestial licor.
ResponderExcluirAi, ai, assim você me mata, ai, ai, ai.
que inveja.!!!
Como hoje mesmo irei a uma adega bem perto de casa, não posso deixar de procurar, como você bem disse: "esse maravilhoso vinho proibido e pecaminoso" . Eu acho que você está se preparando para ser um futuro enólogo, pois não é o primeiro vinho que indica no seu blog.
ResponderExcluirSempre uma sacangem nas entrelinhas.....
ResponderExcluirToma jeito , velho.Vá cuidar da neta.
Meu limite também gira em torno de R$ 30,00 para a garrafa de vinho. Tenho bebido o "cabernet sauvignon", chileno, "Gato Negro", que é muito bom e custa no Supermercado Saito, em Itanhaém, R$ 21,90 e no Extra (careiro) custa R$ 29,80, que é bom para você ficar sabendo.
ResponderExcluirLuizinho.
Acho que terei que ao Rio de Janeiro para tomar o "Monte de Cabaços". Não encontrei nos locais que fui em Sampa. Vanderlei
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