PANAIA, MEU QUERIDO AMIGO E
COMPANHEIRO
Meu querido e velho amigo
Panaia morreu ontem, Notícia repassada pelo mano Tai(Carlos), sábado 23/03 pela manhã.
Descansou, pois há um bom tempo estava muito adoentado, sem reconhecer as
pessoas, com apena alguns lampejos de lucidez.
Foi se juntar aos amigos
de nossa turma, acompanhando lá de cima meus feitos e tropeços, guardando
pacientemente um lugar a seu lado, pois ainda terá um bom tempo para esperar.
MEU AMIGO PANAIA- PARTE I
“Recentemente, meu
irmão Toninho me enviou uma mensagem de voz, dizendo que Panaia havia morrido.
Ao ler a notícia
fiquei sem chão, sentindo uma dura pontada no coração, pois Panaia foi meu
grande e inseparável amigo, no final de minha infância e na juventude.
Sabia que estava
debilitado, senil, em estado avançado de Alzheimer, tendo rasíssimos momentos
de lucidez, e nesses raros momentos, muitas vezes citava meu nome.
Chequei a triste
notícia com outro irmão, mais novo, Carlos Augusto (Tai) contemporâneo e amigo
do Panaia, pois foram colegas durante todo o ginasial e científico.
Para minha grande
surpresa, Tai informou que Panaia ainda vive, embora dependente de ajuda e
alheio as coisas.
Esse episódio me
lembrou, que eu tinha iniciado uma espécie de livro de memórias sobre nossos
aprontos e aventuras, mas por preguiça, escrevi apenas uma introdução, não se
preocupando com a linha do tempo, relatando os acontecimentos a medida que me
vinham a memória.
Tenho realmente
tanto a contar, recordações maravilhosas, vividas num período em que o mundo
era melhor, mais humano, e o que valia era brincar com os amigos nas ruas
seguras, aproveitando a vida nos tempos da inocência e início da puberdade.
Asseguro que aproveitei e vivi amplamente, sem preocupações e remorsos.
A seguir,
transcrevo a primeira parte de minhas memorias ao lado de Panaia, acrescentando
mais a frente outro amigo, Betinho Bochetti, incluindo também algumas passagens
com meu irmão Tai, 2 anos mais novo, que as vezes participava de nossas
aventuras.
O capítulo II,
semipronto, será publicado quando meu coração julgar ser o momento oportuno”.
MEU AMIGO PANAIA-PARTE II
“Faz
pouco mais de um mês que escrevi a primeira parte das memórias de minha
infância e juventude, ao lado do querido e inesquecível amigo Panaia.
Aproveitando
a fase saudosista que atravesso, continuarei contando nossas histórias sem obedecer
a linha do tempo, tentando ser o mais honesto possível, pois é muito difícil expor
altos e baixos de nossa infância dessa época saudosa e marcante de nossas vidas;
relatando nossas aventuras a medida que
forem brotando em meu coração, sempre com uma ponta de alegria e outra de
tristeza, pois Panaia, adoentado, não tem condições de ler os textos, todavia
em lampejos de lucidez, deve recordar momentos prazerosos que passamos juntos,
pois várias vezes cita meu nome.”
As
duas introduções que constam acima, capeiam os textos que escrevi em 18/09/23 e
19/10/23, iniciando o que deveria ser, o resumo do livro onde narro nossas peripécias
nos maravilhosos tempos da infância e juventude.
Tenho
tantas histórias a contar, e ainda pretendo contá-las aos poucos, como já
disse, sem ordem cronológica, a medida que forem surgindo na superlotada
memória, se bem que os velhos, normalmente lembram com mais clareza dos acontecimentos
antigos que dos atuais.
Panaia
era considerado um membro de nossa família, um irmão, assíduo em nossa casa, tendo
um carinho especial por minha mãe, responsável por conversar com seus país e
fazê-lo voltar a estudar, tornando-se um ótimo engenheiro agrônomo.
Foi
convidado, por um trabalho realizado em conjunto com um professor do USA, a
emigrar para os “esteites”, com emprego e um bom salário, recusando devido a
sua caipirice aguda e amor a Piracicaba.
Logo
depois de formado, passou num concurso federal para fiscal de exportação e
importação de produtos agropecuários, frutas e flores, trabalhando inicialmente
em Viracopos(Campinas) e posteriormente no Aeroporto Internacional de
Guarulhos.
Subiu
na hierarquia aduaneira onde cumpria um turno interessante. Ficava uma semana
de plantão, 24 horas, dormindo no aeroporto e folgando as três semanas
restantes, o que possibilitava manter outros afazeres em Piracicaba.
Montou
uma Quitanda, um Bar que não durou muito, pois era um dos melhores clientes em
seus períodos de folga. Louco por uma cerva.
O
que realmente vingou, foi uma empresa de paisagismo e floricultura, gerenciada
por se irmão mais novo, coincidentemente chamado Carlos.
Casou,
descasou, teve dois filhos e nesse interim foi um boêmio, frequentador assíduo
de bailes da terceira idade, onde se dava muito bem com as coroas, o que para
mim era uma surpresa, pois quando adolescente, Panaia sempre foi inibido no
trato com as mulheres.
Mais
surpreso ainda, quando fiquei sabendo que escrevia poemas semanais, publicados
no “Diário de Piracicaba”, vocação tardia, talvez desenvolvida em suas
cervejadas e relacionamentos com a mulherada madura e experiente.
Pela
sua índole, Panaia merecia ter passado ao plano superior de uma forma mais
solene, gaiata , ou alegre, mas acreditamos que Deus as vezes nos surpreende,
escrevendo certo por linhas tortas.
Descansou,
partiu deixando muita saudade, levando consigo um pedacinho do nosso coração.
Espero
que no céu, tenha um comportamento exemplar, deixando de lado as peripécias que
ainda um dia irei relatar, das quais fui cumplice ou mentor.
Não
vou terminar com o usual “descanse em paz” porque sei que continuará muito ativo
ao lado de São Pedro e dos amigos que o precederam.
Um
abraço muito apertado e saudoso.
Ainda
vou demorar à chegar.
José
Roberto- 25/03/24
Prezado amigo Gimael, receba meu abraço e meus sentimentos de tristeza. Com certeza seu querido amigo e companheiro de travessuras fechou com muitos méritos o ciclo completo da vida. A saudade já é grande e será maior ainda, mas ficará as boas lembranças. Esta separação será por algum tempo e somente da matéria. Um dia vocês se reencontrarão num outro plano espiritual. Que o PANAIA descanse em Paz!
ResponderExcluirEngenheiro agrônomo eficiente e equilibrado, o José Roberto Panaia, ao lado do qual tive o prazer e privilégio de trabalhar em equipe na defesa vegetal, tanto no Porto de Santos, assim como no aeroporto de Guarulhos. Ótimo profissional e amigo!
ResponderExcluir