O OCASO DO REI DO CASTELO DE CARTAS
Turbinado pelas inúmeras manifestações de apreço de novos e
velhos amigos, volto a falar de um cara que nunca me enganou.
Não que seja muito esperto, pois já entrei num bocado de
“frias”, algumas das quais tenho vergonha de mencionar, mas quanto ao Sr. Eike
Batista esse tipo jamais me engrupiu.
Quem acompanha meus textos sabe perfeitamente, que desde que
o Sr. Eike surgiu no cenário nacional com enorme destaque, sempre alertei meus
minguados leitores para não embarcar nessa canoa furada.
Alem de ser um grande vendedor de sonhos, Eike soube
cortejar a canalhada petista, caindo nas graças do apedeuta Mula, que lhe abriu
as portas dos bancos e agencias federais.
Eike montou uma espécie de “corrente da felicidade”, onde os
ganhos se multiplicavam e as ações de suas “empresas” estouravam nas bolsas de
valores.
O espertalhão montou uma companhia de petróleo fazendo um
enorme carnaval, jurando que seu milagroso poço produziria mais de 100 mil
barris/dia.
Lançou bilhões em ações no mercado, compradas com ânsia pelo
BNDES, Fundos de Pensões das estatais e por incautos brasileiros que
acreditavam que o sujeito tinha o “toque de Midas”.
Ora, para retirar o óleo de mar necessitava de navios,
criando outra empresa e lançando bilhões de novas ações no mercado, compradas
de imediato pela mesma e sequiosa turma.
Ora, ora, quem tem
navio precisa de um porto, lançando novamente outros tantos bilhões de ações
consumidas com voracidade.
Para apoiar essas empresas, criou mais uma de Logística, abrindo
seu capital que foi subscrito num piscar de olhos.
O homem era realmente um mágico.
Pensava em alguma atividade, criava uma empresa e enchia os
bolsos com bilhões de dólares.
Nesse meio tempo, a “opiniaodoze” alertava sua meia dúzia de
leitores: Não caiam nesse conto do vigário, não invistam um tostão no Grupo X.
Vários amigos, inclusive companheiros da turma do tênis me
gozavam, achando que eu estava equivocado, que enxergava “chifre em cabeça de
cavalo” e perguntavam sobre as razões do meu ceticismo.
Em primeiro lugar sempre suspeitei de um sujeito que ostenta
sem pudor, o famoso chapéu de touro, aquele chapéu de viking com longos
chifres, porque Eike era um grande corno manso, pois a “doce” Luma sempre foi
doidona por jogador de futebol e bombeiros.
Até o nome dos filhos Thor e Olin, são deuses vikings, o que
comprova minha teses(CQD).
Outra razão, era pela ostentação do cara, que gastava os
tubos, um verdadeiro exibicionista, que se orgulhava dos imensos salários que
pagava a seus executivos, que administravam seus “castelos de cartas”.
Sem nada de concreto, a maioria das empresas de Eike vendia
sonhos e expectativas, amparado pelo BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e
todos os gigantescos fundos estatais, que enterram bilhões no Grupo X.
Obviamente Mula e sua gangue de corruptos davam todo
respaldo ao espertalhão, que também obviamente, devia ser muito generoso,
enchendo na surdina os bolsos dessa canalhada.
Como dizem os filósofos, “o mundo gira e a Lusitana roda”,
bastou o poço de petróleo milagroso dar chabú, produzindo menos de 10% do
prometido, para começar o inferno astral daquele que queria ser o homem mais
rico do mundo.
As ações de suas empresas fictícias começaram a despencar,
virando pó em pouquíssimo tempo.
Os prejuízos dos investidores foram enormes e a bancarrota
do bilionário começou, com processo e arresto dos bens visíveis, pois com
certeza o malandro devia ter se precavido com contas secretas nos paraísos
fiscais.
Das manchetes diárias ao semi-ostracismo, enrolado em
pendengas judiciais, o “maior vendedor do mundo” tentava ainda, atrair
investidores para seus novos projetos, bem mais modestos, como uma miraculosa
Pasta de Dentes que tentava lançar no mercado.
Foi abatido antes de alçar novos vôos pela delação de
doleiros, que expuseram sua relação incestuosa com o ex-governador Cabral,
useiro e veseiro de seus aviões e iates.
O ex-bilionário deve ter muito o que contar, principalmente
da alta cúpula da camarilha petista, criadora e mantenedora do propinoduto que
sugou as riquezas do país.
O corno(não existe ex-corno) voltou mansinho ao Brasil,
escondendo sua natural arrogância, tentando novamente vender a aparência de bom
moço, mas esse Juiz Bretas é igual ou mais implacável que Sergio Moro, encaçapando o malandro em Bangu, vizinho ao
grande amigo Cabral.
Esse caboclo acostumado a viver em alto estilo não aguentará
nem dois meses de prisão, abrindo logo o bico, chilreando feito um pintassilgo.
O magnífico corno vendedor de sonhos, assiste ao
desmoronamento de seu ultimo castelinho de cartas, derrubado por uma primeira lufada
de ventos da justiça.
Outros sopros ainda mais fortes virão!
José Roberto- 31/02/17